Texto publicado em simultâneo aqui e na
Taberna dos Inconformados.
Inevitável falar da bola, do campeonato do mundo de futebol. Parece que Portugal inteiro está à espera do primeiro jogo que se realizará este Domingo com Angola. Alemanha já jogou ontem, e ganhou. Curiosamente o primeiro golo foi marcado por um jogador de nome Lahm, que quer dizer pachorrento. Um jogo com muitos golos, não habitual num jogo inaugural, isso promete.
Uma surpresa constituiu a vitória do Equador sobre a Polónia.
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Mas não é sobre o futebol em si que quero falar hoje, mas sim sobre o que significa esse campeonato para os países representados na Alemanha.
Para começar, a própria Alemanha. Como se sabe, um país muito civilizado, já foi mais, antes da reunificação, mas isso é uma opinião meramente pessoal. Num país assim, o povo não necessita um campeonato desses para se afirmar. A Alemanha já tem um bom nome no mundo, não precisa de mostrar nada a ninguém. Não quero dizer que não é importante a realização desse campeonato naquele país, mas para Portugal, por exemplo, o Europeio foi mais importante. Como conheço bem a Alemanha, há todas as opiniões sobre o futebol. A metade não liga, ou não gosta. Até refilam com os constrangimentos das obras e cortes de estradas. Os que gostam, claro, aderem com euforia, mas nunca é aquela maluquice como nos países latinos como o nosso ou na América do Sul. Pelo menos os estádios construídos não vão ser “elefantes brancos”.
Uma questão política é certamente a participação do Irão. Um país liderado por um governo conflituoso aproveitará essa presença para fins próprios, só para iraniano ver, o restante mundo olha com desconfiança para essa equipa. Os jogadores têm é que ficar caladinhos, obviamente, sobre esse conflito, nomeadamente o diferendo nuclear.
Para os cinco países africanos a participação é essencialmente uma grande festa. Á partida já sabem que, salvo alguma surpresa, não passarão a primeira fase, por isso, aproveitam o campeonato ao máximo, como se viu em reportagens sobre Angola. Pensamento legítimo, em meu ver.
Nos países grandes e muito desenvolvidos como os EUA, Austrália e o Japão, o campeonato passa quase ao lado do povo, tendo eles outras modalidades desportivas mais desenvolvidas para admirar. Nos EUA, há mesmo pessoas que nunca ouviram falar desse campeonato. Bem, quem tem um presidente assim....
Comparo o Brasil com a Argentina em termos de nacionalismo quase fanático. Vivem o futebol como ninguém, quase deixam de viver. Sofrem, festejam, têm muito amor à camisola.
Para o fim, os países europeios. Interessante a seguir vai ser o caso da Sérvia-Montenegro. É a última vez que essa selecção vai actuar com esse nome. A maior parte dos países da Europa participantes no campeonato já estão habituados a essas andanças, nada de novo, portanto. Já agora, o meu favorito é a Inglaterra.
E Portugal? Não me esqueci, não senhor. Torço por essa selecção, embora sendo alemão, chamo-a a minha selecção! Alemanha é a Alemanha, fica longe, vivo cá há mais de 20 anos e é a minha selecção!
Mas penso que nunca como agora os portugueses estão com pensamentos mistos sobre a nossa selecção. Ouve se de tudo, do pior e do melhor. Mas o país está à espera, ansioso. Eu também, não fujo à regra.
Consequências do campeonato na nossa vida? Muitas bandeiras na rua, jornais cheios de futebol, telejornais com notícias diárias e reportagens em todas as rádios do país. Concursos, publicidade de muitas marcas aproveitando o campeonato, canções etc.
Sim, o campeonato do mundo mexe com os portugueses, a rua está diferente, já vejo as filas de carros a buzinar, oxalá que aconteça muitas vezes, até à final.
Força Portugal!!!