sexta-feira, 17 de novembro de 2006

SMS

Estava eu a andar na cidade pela manhã a tratar de alguns assuntos, quando se ouvia umas boas dezenas de jovens darem ruidosamente pela sua existência. Depois, frente ao governo civil, mas na rua lateral, juntaram-se numa manifestação. Mais tarde ouvi nas notícias que foi uma manifestação espontânea, organizada por ninguém em especial. Foi convocada por sms, e claro, como qualquer jovem que se preza tem um telemóvel, essa convocação espalhou-se como um fogo num palheiro seco. Nem o próprio sindicato dos professores sabia desta acção, ficaram surpreendidos numa vigília em Lisboa que assim juntou professores com alunos. Só faltavam mesmo os contínuos e os trabalhadores administrativos para completar o quadro.

O descontentamento é geral, pelas mais diversas razões. Contínuos e trabalhadores administrativos contra os baixos salários, professores contra a revisão da progressão das carreiras e os alunos contra as aulas de substituição. Mas, mas, em Portugal há pelo menos uma pessoa que ainda não deu por este descontentamento geral: a própria ministra da tutela. Cá para mim começo a pensar que é indiferente quem é que representa esse papel. Essa pessoa será sempre contestada. É assim desde da revolução, esta pasta do governo não tem tido descanso. Este facto começa a ser preocupante! Qual é o caminho a seguir? Alguém sabe?

Uma coisa é certa. A maior razão será a falta de dinheiro. A outra será o natural inconformismo dos jovens. A única luz no fim do túnel observei hoje em algumas entrevistas a jovens manifestantes em várias cidades do país. Querem mesmo estudar! Ao contrário da sua fama, dizem que as aulas de substituição são uma seca, é tempo perdido. Não gostam delas, nem os professores gostam delas. Têm que ensinar disciplinas para as quais não sabem nada ou muito pouco, por isso, muitas vezes deixam os alunos fazer o que lhes muito bem apetece. Claro, há alunos que gostam disso, gostam de feriados, gostam de andar na brincadeira. Mas também há alunos, e não são assim tão poucos, que gostariam de ter aulas. Mas para isso fazia falta a contratação de mais professores, e disso, claro, a ministra nem quer ouvir falar! São mais gastos que contrariaria o orçamento. Não contabiliza os estragos que essas aulas estão a provocar nos alunos. Por vezes um professor de uma certa disciplina falta durante muitas semanas, a matéria não é dada, e no fim se faz um teste quase de repetição. Os alunos obtêm boas notas, toda a gente está satisfeita. Mas a sabedoria, essa, ficou presa nos livros escolares, na cabeça dos alunos é que não....

2 Comments:

At 17 novembro, 2006 21:27, Blogger RCataluna said...

Esta ministra é o exemplo máximo da prepotência e da arrogância,isto para não falar do Sócrates...

Só não vê quem não quer...

Abraço e bom fim-de-semana!

 
At 17 novembro, 2006 22:43, Blogger Zig said...

rcataluna:
Mas continuam sorrindo!

Obrigado, igualmente.

 

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