sexta-feira, 10 de novembro de 2006

A greve....

Texto publicado em simultâneo aqui e na Taberna dos Inconformados.

Tal como previsto, o governo chefiado por José Sócrates não ligou nenhuma à greve! Hoje disse na abertura do congresso do PS em Santarém que vão seguir o rumo definido para reformar o país e para pôr as contas do estado em ordem! É lhes completamente indiferente que o país quase parou por dois dias. Têm a opinião deles feita, não ouvem as pessoas na rua. Mas o PM diz precisamente o contrário, “ouvem” as pessoas. Mas só nas eleições, pois claro. Aí prometem mundos e fundos para no meio da legislatura fazer quase tudo ao contrário. Aumentaram os impostos, alguns SCUT vão acabar, até a banca vai pagar mais impostos, banca essa que foi considerado sempre como motor da economia, agora mudam as regras no meio do jogo!

No dia de ontem essa greve geral de dois dias convocada para a função pública foi noticiada o dia todo. Hoje, quase nada. Até parece ser uma normalidade. Há greve! Aí é? Ah, pois.... Agora, em quem acreditar? Como sempre nestas ocasiões, os números divergem. O governo diz que a adesão à greve foi de 12% ontem e de 14% hoje. Os sindicatos afirmam que ontem houve 80% dos trabalhadores que fizeram greve e hoje esse número ainda foi superior. Apenas num ponto estão de acordo, a adesão aumentou de Quinta para Sexta-feira. Mas como é que será possível tanta diferença entre os números? Haverá alguém em Portugal que saiba ao certo o número exacto? Agora, será que isso interessa a alguém? Interessa sim! Interessa para saber que prejuízo essa greve trouxe a Portugal. Disso ninguém fala, este ponto parece passar ao lado.

Para começar, as escolas. Dois dias praticamente sem aulas na maioria dos estabelecimentos de ensino. Levará muitos mais dias para recuperar o atraso, para não falar da vontade dos alunos em aprender. Gostam de “feriados”, claro. Mas também já começam a ter consciência que são sempre eles a perder, a pagar a factura. Nos últimos tempos há várias razões que faz fechar uma escola. Greve geral da função pública, greve dos professores, greve dos contínuos, para não falar das brincadeiras de falsas ameaças de bomba! Para mim, o ensino é a parte mais prejudicada no meio disso tudo!

Nos hospitais e centros de saúde a greve também se fez sentir, maioritariamente por parte dos enfermeiros. Houve muitas consultas e operações adiadas. Isto provoca o quê? Mais atrasos, porque os que já estavam marcados para os próximos dias também vão sofrer adiamentos, é uma espiral sem fim, quase um ciclo diabólico.
Nas ruas das cidades há outro aspecto que preocupa: o lixo. Os contentores há muito estão cheios, os sacos de resíduos já se acumulam à volta. Agora mete-se o fim-de-semana, mais lixo. Vai ser lindo o aspecto das ruas na Segunda-feira! Quatro dias sem recolha! Por isso, seria melhor que as pessoas fiquem com o lixo em casa, metendo-o apenas na rua na Segunda-feira, a favor da saúde pública!

Pois é, meus amigos. Enquanto o país se está a refazer da greve, em Santarém o PM & companhia faz a festa, dá vivas ao bom desempenho da acção governativa e gritam até que a voz doa: Pê-es-se! Pê-es-se! Pê-es-se! Já não há paciência....

2 Comments:

At 11 novembro, 2006 20:48, Blogger RCataluna said...

Quem os ouve pensa que está tudo bem. Bem? Não! Extraordinário! O melhor governo desde D. João II, se D. Afonso Henriques fosse vivo o Sócrates punha-o na "covinha" de um dente, pá!!!!!!

Nós é que somos mal agradecidos...

e tomados por parvos...

Quanto ao número dos funcionários que fizeram greve, o Marcelo Rebelo de Sousa diz que costuma juntar os números dos sindicatos e do governo e faz a média. Capaz de ter razão...

Abraço e bom fim-de-semana!

 
At 11 novembro, 2006 21:51, Blogger Zig said...

rcataluna:
Ainda há pouco deu uma reportagem na RTP1 sobre esse congresso de auto-elogio. Manuel Alegre e Helena Roseta contradisseram, e bem, as palavras do PM. Claro, foram pouco aplaudidos, nadam contra a corrente.

Apenas estranhei uma interrupção dessa reportagem por falhas técnicas....
A minha ligação à internet também anda a falhar muito hoje, deve ser geral....

Penso que a verdade está noutro ponto. Acho que a maioria dos funcionários se apresentou pela manhã ao serviço = percentagem do governo. Durante o dia a maioria saiu porque há greve = percentagem dos sindicatos.

Abraço.

 

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