domingo, 12 de novembro de 2006

Domingo....

Mas que bela tarde que foi a de hoje. O sol convidava para dar um passeio. E foi o que fiz, fomos até à Feira de São Martinho em Cuba. Embora se visse poucas castanhas assadas, não deixa de ser uma feira engraçada. Relativamente pequena, bastante “compacta” em relação às feiras aqui em Beja, mas bonita. Muita gente conhecida, deu para dar um “papo” sobre tudo e mais alguma coisa. Naturalmente com longas paragens nos vendedores de bijutaria, estar com duas raparigas de 14 anos assim o obriga, vi na feira expositores de todas as áreas. Esse molde de feiras é muito criticado, há muita gente que gosta de feiras à antiga. Discordo! Aqui há mais condições, mais arrumação e mais visibilidade. Só que, ainda agora vi na TV que foram apreendidos numa feira, penso em Sintra, muitos produtos de charcutaria por não estarem tapados! Mas como é que esses vendedores os devem mostrar? Em vitrines? Estranho....

Bom, durante o (já habitual) almoço “dominical” no nosso restaurante (habitual e) preferido quis dar algumas lições à minha filha sobre formação cívica, nomeadamente política. Expliquei-lhe os vários sistemas que há, disse-lhe que estamos em democracia que tem eleições e que tem partidos políticos. Seguiram-se explicações sobre o que fazem os políticos e que os partidos estão divididos em esquerda e direita. Disse-lhe quais são as diferenças e a história de ser de direita ou de esquerda. Pois! Depois a minha filha lançou a pergunta do ano: Então, qual deles serve melhor o povo? Fiquei sem resposta. Foi uma pergunta que só alguém como ela, que desconhece as “manias” dos políticos e as politiquices, pode fazer.

É uma grande pergunta! Quem é que serve melhor o povo. Cheguei à conclusão, nenhum deles. Todos fazem grandes promessas antes das eleições, depois dessas eleições e durante a legislatura fazem o que muito bem entendem, principalmente quando o governo tem maioria absoluta no parlamento. Foi assim durante os governos da direita e é agora assim com o governo do PS. Mas há mais. Durante o debate sobre o orçamento de estado na AR notei esse facto. Acusam-se mutuamente que o governo só pensa em baixar o défice e que a oposição quer gastar mais, mas também quer baixar o défice. Todos os anos é a mesma coisa, os governantes acusam a oposição sempre sobre o mesmo facto. E sempre no começo e durante uma legislatura os que estão no poder acusam o anterior governo de ter deixado uma pesada herança, que deixaram o país de rastos. Mas sabem qual é o mal disto tudo? As chorudas indemnizações nas mudanças da cor do governo, os inflacionados estudos e mais estudos, muitas vezes inúteis, os jobs for the boys, as mudanças muitas vezes drásticas em várias áreas da vida portuguesa como por exemplo na saúde e no ensino. Não há um rumo definido a seguir, cada partido faz o que pensa ser correcto para no fim chegar outro partido ao poder para alterar tudo de novo e começar um novo ciclo, um ciclo vicioso! Agora, em quem acreditar?

“Tentei” há alguns meses fazer-me de militante num partido sediado na Praça da República em Beja, e logo por duas vezes. Pois, meus amigos. Até hoje, nenhuma resposta! Não sei o quê é que se passa, ou não podem com a minha cara, ou será por eu ser estrangeiro, ou sei lá! Gostaria fazer parte activa na vida política, ser uma voz critica mas também construtiva. Tenho muitas ideias e alguma sabedoria sobre, por exemplo, como funcionam as coisas na Alemanha. Esse país deveria de ser um exemplo para Portugal, em muitos aspectos. Nessa Alemanha não existe um salário mínimo, e por isso ganham mal? Penso que não! Mas não me querem como militante, paciência....

12 Comments:

At 13 novembro, 2006 01:08, Anonymous Anónimo said...

A Cuba é uma localidade interessante com aspectos da História mantidos desde a altura dos descobrimentos na semi-obscuridade. Tipo como se chama nos tempos de hoje, - low profile.-
Alguns andam a desvendar pormenores e a mostrar o que foi segredo de Estado durante muitos séculos.
Em relação à politica. Esquerda ou Direita, quem serve melhor o povo Isso quer dizer o quê? O que é o povo? E o que são os interesses do povo?
Quando se privatiza uma empresa publica que dá milhões de lucro ao Estado e com isso alivia os encargos que todos pagamos, será que ao perder essas receitas se está a servir os interesses do povo?
Quando finalmente tudo está privatizado e o Estado gastou o dinheiro das privatizações, precisando ele de dinheiro, ao carregar nos impostos, está a ser amigo do povo e a defender os seus interesses? E quem faz estas politicas? Direita, esquerda? Não acredito em nada neste momento.
A Esquerda tradicionalmente defende as classes operárias considerando que quem detém os meios de produção é de Direita. Mas nos tempos de hoje tudo está diluido,confuso e de sinal contrário. Vemos grupos de Esquerda a produzir politicas que tem consequencias das doutrinas de Direita e o seu contrário a ser defendido pelos que deveriam aplaudir essas politicas.
O bem do Povo foi sempre coisa que pouco importou ás classes dirigentes. O que interessa são os números, os negócios. E para isso não importa que metade do país vá à falencia ao abrir a parte de trás das calças à premencia das lojas chinesas e dos interesses.

 
At 13 novembro, 2006 09:51, Blogger Zig said...

contraciclo:
É uma terra com um ar especial....

As privatizações têm que ser feitas. Hoje em dia não é fiável um estado, seja qual for, manter certas empresas nas mãos dele. A questão do dinheiro é precisamente o contrário. Uma empresa do estado dá sempre prejuízo, nunca dá lucro. Claro, há empresas que não têm que dar lucro, não é esse o propósito. Só que o aspecto financeiro tem que ser posto em qualquer empresa, seja qual ela for. Por isso, o melhor caminho é a privatização. Por outro lado, há empresas onde o estado tem que ter um certo controle, tem que ter uma mão nisso. Invoco sempre o exemplo da Alemanha, país que está mais evoluído neste aspecto. Há empresas com participação controladora do estado, não há aqueles gestores supersalariados como cá, não, são empresas bastante flexíveis neste aspecto. Seria difícil descrever todas as situações em todas as áreas aqui, mas o caminho será esse, a privatização, mas com regras e controle.

Controle esse que tem que existir em todas as áreas, também nas lojas dos chineses. Mas, os maiores culpados são os próprios consumidores. Claro, vão atrás do barato, é lógico. Mas muitas vezes esse barato sai caro, tanto na qualidade dos produtos que é muito má como na economia do país. Para mim a razão de não ir à uma loja dessas é o aspecto ambiental. Na China não ligam nenhuma ao ambiente, há poluição por toda a parte. Assim é fácil produzir barato!

 
At 13 novembro, 2006 12:29, Anonymous Anónimo said...

Estás redondamente enganado. Mas não és só tu. Está muita gente a dormir de olhos abertos embalados pela serpente neoliberal que exerce o seu lobby sobre todo o mundo.
Na verdade, os Estados só privatizam as empresas que dão lucro e que poderiam por essa via minorar os nossos impostos. As outras onde se perde dinheiro, nem se fala nelas. Foi assim em Portugal e em todo o lado onde a perfídia globalizadora se infiltrou esvaziando os paises dos seus sectores estratégicos. - Qualquer empresa de referencia e prestigio privatizada pode ser comprada por interesses iconfessáveis e ser encerrada..( por exemplo a Sorefame--Bombardier)
E para que fiques tu e todos que tem essa ideia sobre as empresas publicas dir-te ei que o pais que tem maior empenho publico no sector empresarial são os Estados Unidos onde directa ou inderectamente em parcerias, a quota do Estado na economia é de 62%.
Porque não privatiza o Tio Sam um sector publico tão gigantesco? Não sou eles os paladinos da livre empresa e a iniciativa privada?
A resposta é que eles sabem que só um Estado forte pode representar bem os interesses de toda a nação e ser o motor que puxa pela iniciativa privada, sendo o garante de toda a máquina.
Por isso se vê mais uma vez que os Neocons dos EUA fazem ao resto do mundo como disse o S Tomaz. Faz o que ele te diz e não o que ele faz...

 
At 13 novembro, 2006 15:08, Blogger Zig said...

contraciclo:
Os EUA é um caso à parte, com esse nacionalismo todo e para não esquecer que estão divididos em muitos estados. Daí o nome, Estados Unidos.

Nós estamos na Europa, aqui, penso eu, não há outro caminho. Por exemplo, costumo dizer que se a CMB fosse privada já estava falida. É um mau exemplo que digo agora aqui, mas não há produtividade nas empresas estatais, ou pelo menos, muito pouca. Daí a necessidade de privatizar. Nem tudo na privatização é má, os bons sobrevivem, e os preguiçosos....

Agora, aqui está à vista que as nossas ideologias políticas são bem diferentes.

 
At 13 novembro, 2006 16:31, Anonymous Anónimo said...

Gosto de Cuba por ser livre.LOL, boa semana.

 
At 13 novembro, 2006 17:26, Blogger Zig said...

barão da troia II:
Boa!

 
At 13 novembro, 2006 18:55, Anonymous Anónimo said...

Gosto mesmo do teus post's. Gostava de falar contigo, adoro a maneira como funtamentas as tuas opinioes. Mais uma vez gostei bastante! Se quiseres adiciona, cat1a_sFc@hotmail.com

*

 
At 13 novembro, 2006 20:04, Blogger Zig said...

catiia:
Obrigado pelo elogio!

Vou pensar nisso....

 
At 13 novembro, 2006 21:44, Blogger Unknown said...

E depois dessa pergunta, o mais provavel é que ela ainda te pergunte também o que é a esquerda e a direita, já que neste momento é algo que é dificil perceber em Portugal...

 
At 13 novembro, 2006 23:49, Blogger Zig said...

cruzeiro:
Prefiro que ela me pergunte algo mais fácil....

 
At 14 novembro, 2006 00:30, Anonymous Anónimo said...

Zig, os partidos estão moribundos no Alentejo, no Algarve... Precisavam, sim, de gente como tu, jovem, voluntarioso, corajoso. Mas olha para eles! Uma carrada de velhos acomodados nos seus tachos, que não sabem fazer mais nada, que já não aprendem porque não querem, nem sabem e nem precisam. Claro que há as Jotas para acenar bandeirinhas e gritar slogans; quando crescerem querem ser como os patriarcas do partido.
[Inês]

 
At 14 novembro, 2006 10:52, Blogger Zig said...

Inês:
Já não sou assim tão jovem....(lol).
Mas tens razão, os que há, salvo raras excepções (JPR, por ex.), com as posições que já alcançaram pensam que já chega. Os jovens emergentes em cada partido têm que se sujeitar aos (maus) hábitos porque se não, não chegam a lado nenhum.
Posso dizer agora uma enorme asneira, mas uma das coisas com que acabava era com a gritaria nos comícios a dar vivas ao próprio partido, com os tais gritos de guerra, parece-me uma coisa do passado....

 

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