quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Frase - Emigrantes - Curtas

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

Esta é a pergunta que vai ser apresentada aos portugueses no próximo referendo, no vulgarmente designado referendo do aborto. A pergunta foi hoje aprovada e oficializada pelo TC (Tribunal Constitucional). Dos 13 juizes presentes, sete votaram a favor, seis contra. Os que votaram desfavoravelmente tiveram dúvidas, entre outras, acerca da clareza da pergunta, é que defendem que os imigrantes também pudessem votar. Sou um imigrante, por assim dizer, mas entendo perfeitamente a pergunta, e o meu voto seria um não! A data do referendo ainda tem que ser escolhida pelo PR, provavelmente escolherá um dia no primeiro trimestre do próximo ano.

Periodicamente aparecem notícias de portugueses em situação difícil no estrangeiro. Foram para fora à procura de uma vida melhor, mas o que muitas vezes encontram não vai de encontro com as suas perspectivas. Abandonam o país natal que não lhes proporciona uma vida digna. Só que, muitas vezes, o desespero leva ao engano. Vão atrás de anúncios promissores nos jornais, prometem salários na ordem de 300 a 400€ por semana, mas mal começam a trabalhar, dinheiro nem vê-lo. Hoje chegaram alguns desses trabalhadores da Holanda, dizem que passaram fome. Dizem que só receberam uma pequena parte do salário prometido e nem sequer tinham dinheiro para regressar a Portugal. Mas como é que uma situação dessas é possível, ainda por cima dentro da Europa dos 25?

Para um trabalhador português que pretende ingressar no mercado de trabalho no estrangeiro é muito difícil saber se vai trabalhar para uma empresa honesta. Vai à sorte, com dúvidas, mas com vontade de melhorar a sua vida. Quando as coisas correm mal, muitas vezes se ouvem vozes que os autoridades portugueses não ligam nenhuma ao caso. Muitas vezes só actuam quando o caso aparece na TV, tal como neste caso que se passa na Holanda. Os consulados e embaixadas portuguesas no estrangeiro, no entanto, têm poucos meios para ajudar, necessitam sempre de uma ordem extra vinda de Lisboa. E esse facto atrasa tudo, dá razões à queixas, queixas essas aproveitadas pela imprensa sensacionalista. A minha opinião sobre isso é naturalmente diferente, ou não fosse eu. É que, com a emigração o estado poupa dinheiro no fundo do desemprego além de poder apresentar uma taxa menor desse mesmo desemprego. Logo, deveria de ajudar mais nesses casos!

O post de hoje já vai longo, por isso apenas mais algumas curtas:

Sem surpresa, a lei do financiamento autárquico foi hoje aprovada na sua generalidade na AR. Toda a oposição votou contra, à excepção do CDS-PP que se absteve. Curiosamente os três deputados da Madeira eleitos pelo PS também votaram a favor. É caso para dizer, com amigos desses....

A “descida” do Greenpeace no rio Guadiana já tem o seu primeiro efeito. É apenas um desejo, mas dá para se continuar ouvir falar do assunto. Como noticiei aqui, essa organização ambiental internacional fez uma acção de protesto contra a poluição desse rio, e muito bem. Agora essa organização propõe a criação de um Parque Internacional do Baixo Guadiana. De acordo, mas não seria necessário a criação de um parque, ou pelo menos algo que conseguisse evitar a poluição, mais rio acima?