Verniz
O verniz já começa a estalar, o verniz da embalagem que o governo deu ao orçamento do estado. O dinheiro não chega para tudo, é certo. E preciso poupar, é certo. Corta-se um pouco aqui, um pouco ali, estou de acordo. Mas num sector não se pode cortar de maneira nenhuma: na educação. No próximo ano esta área vai sofrer um corte “estimado” de 4,2%. O orçamento e depois o verdadeiro dinheiro disponível sempre era curto, lembro-me perfeitamente dos alertas no ensino superior nos anos passados que as verbas não chegavam para as despesas. O ano que vem não fugirá à regra, já se ouvem vozes que nem vai dar para pagar a todos os docentes.
A ministra da educação pronunciou-se hoje sobre os professores de horário zero. São professores colocados a nível definitivo nas escolas mas por diversos motivo não têm horário. Pensava-se que esses professores fossem integrados nas listas dos trabalhadores “excedentários” da função pública, facto esse já entretanto desmentido pela ME. Vão-lhes ser atribuídos outros trabalhos nas escolas, como por exemplo, ajudar na biblioteca. Já estou a ver, vão ser meninos para tudo, comandados por todos, dos contínuos aos administradores. Foi mesmo para isso que estudaram anos a fio para acabar nos trabalhos que ninguém quer fazer nas escolas. Falta de planeamento prévio que resulta em horários zero, diria eu....
Mas há falta de dinheiro em todo o lado. Os hospitais devem fortunas a fornecedores, aos bombeiros, farmácias etc. O exercito começa a não ter dinheiro para comprar combustível, as forças de segurança têm tudo menos equipamentos adequadas para garantir essa mesma segurança, salvo raras excepções. Entretanto o governo, já refeito da trabalheira das festas e gritarias no fim-de-semana passado, prepara-se para aprovar já esta Quarta-feira a polémica lei do financiamento autárquico....
3 Comments:
Há que cortar nestas coisas, para se poderem financiar as viagens, os telemoveis, etc, afinal o dinheiro não chega para tudo amigo zig!
Pois é! E quem é que paga a fava? O Povão! Para além das grandes dificuldades que as instituições ligadas ao ensino superior atravessam, as pessoas esquecem-se que, com a introdução do processo de Bolonha, as licenciaturas passam para três anos, tirando receitas a essas instituições. Isto significa que, muitas escolas, vão aumentar, ainda mais, as propinas, dificultando o acesso de muitos jovens ao ensino superior.
Abraço e boa semana!
cruzeiro:
Desde que chegue para eles....
rcataluna:
Há que apertar o cinto. Só que, qualquer dia nem corpo há para ser apertado....
Tenho de me inteirar sobre o significativo e as alterações que esse processo trouxe. Como nunca estudei cá, a não ser em cursos pós-laboral, não sei como é que a coisa funciona....
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