Eleições Presidenciais

Bem, finalmente chegou ao fim a campanha eleitoral. Foi uma campanha como não se viu há muito tempo. Fala se deste assunto deste da reeleição de Sampaio, quem é que será o seu sucessor? Meteram nomes como Santana Lopes, Freitas do Amaral e outros, e claro, o longo tabu se Cavaco Silva se candidata, ou não. Seguiram-se as peripécias do PS em apresentar das suas fileiras logo dois candidatos, cada um reclamando para si de ter sido o primeiro. Claro, só um pode ser apoiado oficialmente. Os restantes candidatos, líderes dos respectivos partidos, não constituíram surpresa, apenas apareceu uma questão, se Jerónimo de Sousa iria até ao fim. Ainda fiquei com pena dos pré-candidatos que não puderam ir a votos. Realmente, 7500 assinaturas é muito para quem não tem nenhum aparelho partidário a ajudar.
Vou aqui fazer uma avaliação pessoal de cada um dos candidatos, claro que tem falhas, mas é como eu os vejo, o que penso deles. Vai ser um post longo, espero que tenham paciência de o ler. Como sou uma pessoa positiva, normalmente simpatizo com toda a gente, pensando que ninguém tem maldade dentro de si. Sei que sou ingénuo, sou do Signo Gémeos, somos assim, e pronto. Apenas um deles, para mim, não merece simpatia nenhuma, mais á frente vão ver quem é.
Como é sabido, a pré-campanha começou muito cedo, iniciado por Mário Soares, talvez para mostrar que ainda tem pedalada para isso, apesar da idade. Os outros tiveram que ir atrás, o último a entrar foi mesmo Cavaco Silva, e fez bem. Deviam de ter começado seis meses antes, não acham? Nesta pré-campanha falou-se tanto, deitaram-se todos os foguetes, até as entrevistas televisivas foram logo “despachados” aí. Nestas entrevistas a dois, e muito bem, foi claro a intenção da esquerda – contra Cavaco Silva. Tudo servia, desde da aparente arrogância dele, as origens humildes e claro, os dez anos de governação como Primeiro Ministro. Na relação quatro a um, no fim cinco a um, todos contra Cavaco, a espera de uma gafe, mas ele, sereno, sem erros, preocupando-se mais com Portugal e menos com os outros candidatos. Na campanha propriamente dita, só de duas semanas, já pouco restou para falar, não houve ideias novas, tirando as inevitáveis tempos de antena na TV e rádios, que em meu ver, são dispensáveis. Só o escândalo das ainda mal explicadas escutas salpicou um pouco a campanha, dando lhe alguma vida. Domingo há eleições, votem, por favor. É um direito cívico, quem não vota devia de estar calado quando se fala do governo ou da política. Como sabem, não posso votar, por isso, votem por mim, já sabem em quem!

Vão aparecer no boletim de voto na seguinte ordem:
Garcia Pereira
Aníbal Cavaco Silva
Francisco Louçã
Manuel Alegre
Jerónimo de Sousa
Mário Soares

Vou agora expressar a minha opinião sobre cada um dos candidatos.

Aníbal Cavaco Silva
O único dos seis candidatos com verdadeiro perfil para ser Presidente da República. Durante a campanha preocupou-se apenas com Portugal, nunca entrou em polémicas. Sampaio fez o mesmo, lembram-se? Vai ser um presidente para todos os portugueses. Aliás, foi ele quem me fez interessar pela política nacional, praticamente desde da famosa rodagem do seu confortável Citroen BX, e durante a sua governação. Costumo dizer, se não fosse ele, ainda andávamos de burro. É exagerado, eu sei, mas ninguém duvida que fez muito por Portugal.

Mário Soares
Um dia após da apresentação da sua candidatura, ouvi dois homens a conversar na rua a dizer, o quê é que este velho ainda quer? Foi um pouco radical, mas espelha o sentimento das pessoas sobre ele. Não é pela idade, mas outra vez? Chamam-lhe o mp3. Apoiado pelo PS, cujo líder só no fim achou que se devia meter. Fê-lo com um sorriso estranho nos lábios, sabendo da sua derrota. A tónica dos discursos de Mário Soares foi sempre de estar contra Cavaco Silva, quase uma obsessão, ridículo. Não, não simpatizo com ele, casos como o de Macao e a duvidosa fundação Mário Soares só aumentam a minha antipatia.

Manuel Alegre
Tem um bom nome, Alegre. Mas é triste, como um poeta. Simpatizo com ele precisamente por isso, por ser poeta e proclamador. Como a minha costela artística vai aumentando, gosto cada vez mais de cantar e tocar piano, tenho agora mais atenção ás artistas. Mas disso ele tem pouco, de artista. É mesmo o mais mal preparado nestas eleições, é pena. Esperava mais dele do que só poemas e canções. Temo que vai ser ultrapassado nas votações por Mário Soares.

Jerónimo de Sousa
É uma pessoa simpática, não me importava de o ter como pai. É trabalhador e honesto, convicto nas suas ideias. Ora aí está. As ideias dele são de há 20 anos atrás. Parou no tempo, parece que a cortina de ferro ainda existe. E depois aquela demonstração no pavilhão atlântico, carregaram com gente de todo o lado, muitos ficaram de fora, coitados, lembra as paradas da antiga União Soviética.

Francisco Louçã
É aquele que melhor discurso tem, sem dúvida. Fala bem, convictamente, mas parece que se candidata á primeiro ministro. Está em tudo, critica tudo e todos, também tem como alvo principal Cavaco Silva, mas é tudo que sabe, criticar. Não quer sequer governar, trabalhar para quê? Criticar é mais fácil. Quem o ouve falar, até pensa: Olha, está aí um bom candidato. Diz as verdades, nuas e cruas e fala bem. Mas depois, quem vê as peças sobre as eleições na TV, fica decepcionado. São de tão fraca qualidade, com caras de Cavaco Silva numa sopa e outras coisas parvas. E ainda, quem passa por Beja, vê cartazes do BE nas caixas da EDP na rua. Há muito tempo que isso não era visto.

Garcia Pereira
Mais calmo, mais sereno, vai fazendo a sua campanha. Obteve um bom resultado nas últimas eleições presidenciais, mas foi o candidato do contra, por falta de outros candidatos. Este papel agora pertence a Francisco Louçã, por isso, “Razia” Pereira vai ter uma fraca votação.

E pronto, agora a minha sondagem:

Aníbal Cavaco Silva: 53.5%

Mário Soares: 16.9%

Manuel Alegre: 16.3%

Jerónimo de Sousa: 6.3%

Francisco Louçã: 4.7%

Garcia Pereira: 0.7%

Votos brancos: 1.0%

Votos nulos: 0.6%