Vida - Camarate

Hoje o Presidente da República anunciou a data em que se realizará o referendo sobre a despenalização do aborto em Portugal. Esta questão será posta aos portugueses no dia 11 de Fevereiro do próximo ano. Justificou essa data para dar tempo aos defensores de ambas as partes se organizarem e se prepararem para as campanhas quentes que se avizinham (minhas palavras). Vai ser um pouco mais do mesmo, nesta questão não existe um talvez, ou é sim, ou é não. Ou se é a favor, ou se é contra o aborto. Essa é que é a verdadeira questão, não a da despenalização. Não me vou alongar sobre esse tema, já muitos o fizeram e ainda o farão. Tal como já tinha dito aqui, não posso votar por ser cidadão estrangeiro. Mas nada me impede fazer campanha aqui na minha caixinha de pensamentos, e essa campanha é pela vida, para o não!

Através da revista Focus veio outra vez à baila o caso Camarate. Recorda-se que nessa localidade perderam a vida numa queda de avião seis pessoas, entre elas, o então PM Sá Carneiro. O calendário marcava o dia 4 de Dezembro de 1980 quando uma Cessna que transportava o então chefe de governo e Adelino Amaro da Costa, o ministro da defesa desse mesmo governo, caiu em circunstâncias até hoje nunca totalmente esclarecidas. Desde cedo se especulava ter se tratado de um atentado, muito foi investigado sobre o caso, muitas comissões investigadoras parlamentares foram constituídas, todos com o mesmo resultado, inconclusivo. Até que o caso prescreveu em Setembro deste ano! Mas agora vem um antigo segurança ligado a esse caso a dizer que foi ele a fabricar a bomba que fez cair o avião. Só agora? Claro, o caso já foi. João Esteves confessou ter fabricado um engenho explosivo de fraca potência, não para fazer cair esse avião, mas sim para “pregar um susto” a um candidato à presidência da república de então. Segundo palavras dele, ele fez a faca mas quem deu a facada foram outros. A bomba terá sido modificada para ter potência suficiente para provocar a queda do avião. Agora, pois só agora, novas descobertas, novas (mas não tão novas assim) especulações. Os visados no atentado supostamente queriam denunciar na ONU um fornecimento ilegal de armas ao Irão e ao Iraque que estavam em guerra nessa altura. Até os americanos (porquê é que não estou surpreendido?) estão metidos nisso. Pois só agora, o caso já lá vai. Mas nunca se pode esquecer esse caso, nunca na vida!