domingo, 5 de novembro de 2006

Histórias da minha Vida VI

O episódio de hoje é o último sobre esta terra, sobre Eislingen/Fils, até ver. Pode ser que me lembre mais tarde de outros episódios engraçados. Da escola neste terra já disse tudo, não me lembro realmente de mais nada. Pudera, tinha sete anos quando saímos desta para outra morada!

A minha ligação à natureza deve ter começado nesta altura. Tal como já tinha dito, a casa onde vivíamos tinha um enorme quintal, pelo menos para mim parecia enorme, do alto da minha pequena estatura. Bem no fim deste quintal, junto à vedação de arame havia um enorme pinheiro. Gostava muito de olhar para ele a partir da janela da cozinha. Era majestoso e era a árvore mais alta da redondeza. Pois, num dia de temporal a árvore caiu! Foi um dia muito triste para mim, foi como se perdesse um amigo. No dia a seguir vieram homens para cortar a árvore, foi quase como um enterro.

Também houve nascimentos. Frente à casa, no outro lado da rua, houve outra árvore, não me recordo de que tipo, mas era muito larga. Os nascimentos que quero falar eram borboletas, centenas delas. À volta da árvore estavam dezenas de crianças, eu incluído, para apanhar algumas das borboletas. A imagem que mais me ficou na memória era de noite, com uma luz da rua a iluminar a cena, as crianças de volta à árvore, brincando, sorrindo, a minha mãe à janela, estou a ficar com saudades deste tempo......

Páscoa. Na Alemanha é uma época alta, quase como o Natal. Há idas à igreja, passeios no campo, e para as crianças havia (e ainda há) um jogo. Os pais pintavam com tinta de água alguns ovos previamente cozidos e escondiam-nos em quintais para os rebentos os procurarem. Ora, a casa tinha esse enorme quintal, nada melhor do que fazer este jogo nesse quintal. Os senhorios da casa também tinham muitos filhos, podem imaginar que era uma festa. Para os bebes os ovos estavam escondidos numa caixa de areia (Sandkasten), para os mais crescidos nos arbustos. Lembro-me perfeitamente de ter encontrado um por baixo de um arbusto destes, um que dava um fruto chamado “Stachelbeere”, uma espécie de amora mas com pequenas farpas e de sabor algo amargo.

Bem, agora a revelação do ano! Deixei esta recordação para último! Como é sabido, não sou lá muito bonito! Para mais, sem estes dois acontecimentos, ficaria ainda mais feio! Isso mesmo! Os meus segundos dentes, nomeadamente os dois da frente em cima, nasceram um pouco para a frente, desfiguraram a minha face, portanto. Bem, caí por duas vezes violentamente precisamente com estes dentes a amortizar a queda, uma vez quando a minha mãe estava a pendurar uns cortinados numa janela caí exactamente para o canto da cadeira onde estava a minha mãe, portanto, a cadeira estava estável, não se desviou nem um milímetro. Sangrou bastante, mas não partiram e recuaram um pouco. Bom, para alguém lá no céu ou sei lá aonde, aparentemente ainda não chegava e os dentes ainda não tinham recuado o suficiente! Num passeio de bicicleta com amigos caí outra vez, poucos meses depois da primeira, e desta vez para o canto de uma pedra numa rua da vila. Novamente sangue até dizer que chega, muita dor etc. Só mais tarde entendi essa frase: Deus escreve direito com linhas tortas....

E pronto! Foi tudo sobre esta terra. Em 1967, pouco depois do nascimento da minha irmã mais nova, saímos de Eislingen/Fils por razões profissionais do meu pai. Tal como já tinha dito, ele era camionista de uma empresa de transporte de gás. Essa empresa abrira uma filial perto de Karlsruhe, mudámos para uma terra ao sul desta grande cidade, para Mörsch. Vivíamos lá ca. de quatro anos. Muitas recordações, portanto! Até para a semana!

2 Comments:

At 08 novembro, 2006 23:48, Anonymous Anónimo said...

lolol
deves ter os dentes mais resistentes que conheço :)
continua a contar as tuas tropelias, eu pelo menos divirto-me :) bjokitas

 
At 09 novembro, 2006 00:49, Blogger Zig said...

trequita:
São fortes, são!
No outro dia me lembrei como aprendi andar de bicicleta, minha nossa....

 

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