sábado, 2 de dezembro de 2006

Feira do Montado

Tal como planeado, desloquei-me mais filha até Portel, localidade já situada no Alto Alentejo. Pensei em ir jantar antes em Moura, aproveitando conhecer mais um restaurante indicado por um cliente e amigo meu dessa terra, mas não consegui sair de Beja a tempo. Por isso, fui jantar cá num restaurante que tem por nome a minha nacionalidade, O Alemão. Um nome curioso, provém do primeiro proprietário desse estabelecimento que era das minhas bandas. É bom e rápido, é o que mais me interessava nesse momento, os preços também são muito em conta. Se não fosse o fumo, pois, não se pode ter tudo!

Fui até Moura na mesma para entregar e recolher material da minha profissão, ou seja, televisores. De Moura até Portel passa-se pela barragem do Alqueva, impressionante, mesmo de noite, vale sempre a pena uma pequena paragem. Depois, já ao longe se viram luzes direccionadas ao céu, vindas da feira de Portel. Essa mania parece estar na moda, até que um dia algum extraterrestre se sinta convidado! Bem, a própria feira estava bastante bonita e bem organizada, muito maior do que eu imaginava. Albergava certamente mais de cem expositores em três grandes tendas, aquecidas à gás, no topo dessas três tendas estava uma em espécie de ligação às outras e servindo de entrada principal. Lateralizado ainda por três outras tendas, uma delas era uma tenda de circo, mas sem palhaços, apenas com algumas ovelhas. A segunda era destinada para os mais novos e a terceira dessas tendas suplementares foi dos restaurantes. Bonito, compacto e mais uma vez, bem organizado.

Mas a maior razão da minha ida à essa feira foi o espectáculo com Os Corvos. Actuaram em ainda outra tenda, já lá vão oito, mas essa situada um pouco ao lado. Pois, pontualidade! Ainda sobra alguma mentalidade alemã em mim, é que o cartaz prometia o início pelas 23 horas, pois, mais de meia hora depois é que arrancou. Devo dizer que fiquei algo decepcionado. Esperava outra coisa. É que, para além dos quatro habituais elementos do grupo trouxeram um baterista. Claro, num ambiente desses, e que me desculpem, um pouco inculto, falador, com gritadores (SLB, SLB...) e fumadores, até dá jeito para fazer mais barulho do que a assistência. Saí sensivelmente ao meio de espectáculo, por essa e por outra razão. É que para a minha filhota já era tempo de regressar à casa. Do espectáculo, que até foi do agrado dela, ficou-me apenas a satisfação de os ter visto ao vivo. Bons instrumentistas (os de cordas), músicas bastante alegres e melódicas. Apenas gostei de um tema tocado por eles, claro, foi sem bateria. Gostaria muito de os ver um dia cá em Beja no Pax Julia, sem baterista, sem pinturas grotescas na cara e dignificando mais a música dita clássica....