Vítima da centralização?
Na sua edição de hoje do Diário do Alentejo li uma notícia que me preocupa bastante. Num acidente perto de Ourique, naquele malvado troço da estrada para o Algarve, na IC1, morreu uma pessoa na madrugada do passado dia 14 de Agosto. Infelizmente uma notícia dessas não é novidade, tem morrido muita gente aí, tanto no passado como ainda hoje. Mais à frente falo da minha opinião sobre esse trajecto.
Como é sabido, o distrito de Beja agora está ligado à rede do INEM, com isso também o hospital local tem uma viatura de intervenção rápida, a assim chamada Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Já a tinha antes, mas num outro contexto e não com esse nome. Só que, com essa operação centralista também foi retirado o então assim chamado “carro rápido” ao centro de saúde de Ourique, que aliás foi pioneira em Portugal neste tipo de iniciativa, principalmente devido aos acidentes nessa estrada perto dessa localidade. Algo falhou, é que nesse acidente foi chamado esse veículo estacionado em Beja, mas por motivos não totalmente especificados não apareceu. Fartos de esperar, uma ambulância de Ourique levou os feridos graves até ao hospital de Beja mas um acabou por falecer. Isto é grave! Não foi dito quanto tempo se ficou à espera até essa ambulância ter decidido de arrancar, o facto é se a ambulância tivesse ido logo até Beja, essa vida talvez se pudesse salvar. Só Deus sabe, mas o facto mantém-se: Houve graves falhas na comunicação. Alguém devia ter avisado que o carro de intervenção rápida não estaria disponível nesse momento, dando indicações às ambulâncias locais para transportar imediatamente os feridos para Beja. Espero que isto não volta a acontecer. Melhor ainda seria, claro, que um carro desses se situasse também em Ourique, devido às grandes distâncias que o nosso Alentejo tem!
Agora a estrada. Tem morrido muita gente ali, facto que em meu ver tem que ter uma explicação! Não é “normal” haver em pouco mais de 2 km tantos acidentes. A explicação mais plausível, em meu ver claro, talvez esteja naquela parte com duas faixas de rodagem em cada sentido. É que os acidentes acontecem quase sempre depois desse troço, e os condutores talvez fiquem induzidos em acelerar em demasia, ou então, pensam que as duas faixas continuam. Já foi feito muita coisa para abrandar a velocidade nesta estrada, como a desastrosa tolerância zero! Desapareceu, pelos vistos. Continua a morrer gente nesta parte do Alentejo, como por exemplo há ca. de um ano num despiste quando faleceu uma conhecida senhora que trabalhava em vários hospitais da região como administradora. Quando é que será que se faça um estudo exaustivo sobre essa situação de Ourique? Cada vez que passo nessa zona tenho sempre o coração nas mãos, cada vez que sou ultrapassado nessa dupla faixa por aqueles loucos em BMWAudiVWVolvoOpelGTIGSIDTITurbo etc....
2 Comments:
A verdade é que temos por habito culpar os troços das estradas, mas os verdadeiros culpados somos "nós", que sabemos que há limites mas fazemos questão de os ignorar...
cruzeiro:
É verdade, encontra-se sempre uma razãozinha para culpar outras coisas e não a nós próprios. Mas neste caso penso que cabe grande parte da culpa ao próprio troço de estrada.
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