Incêndios

Parece que essa saga não tem fim. Todos os verões a mesma coisa. Os telejornais abrem com notícias de incêndios. Mas ontem foi pior ainda. Um facto conseguiu mesmo ganhar à notícia de Itália ser campeã do mundo em futebol. Falo, claro, da morte de seis soldados da paz no combate a esse flagelo que apanha o nosso país todos os anos. Cinco chilenos, contratados por empresas de celulose, e um português, que estavam a abrir uma brecha na mata do tipo corta-fogo, foram surpreendidos pela brusca mudança do vento. Uma tragédia, e os incêndios mal começaram.
Soube-se também que a origem do fogo foi pura negligência. Um jovem quis limpar a mata com uma serra eléctrica, tocou numa pedra, fez faísca e o resto já é sabido. Agora, com tanta informação e campanhas de esclarecimentos que há, esse jovem não alertou imediatamente as autoridades. Talvez por falta de um meio para tal, por susto ou por querer esconder o acto, não se sabe. Só ele poderá esclarecer essa dúvida. Já foi detido, ficou apenas notificado e foi para a casa. Só que, morreram seis pessoas!! E agora? Culpar quem?
Principalmente no Alentejo, os campos mal limpos são autênticos bombas relógio. Basta um cigarro, como já vi uma vez, para haver um incêndio de grandes dimensões. Como disse, perto de Grândola vi um tipo num velho Mercedes preto a jogar um cigarro para a rua. Como foi em marcha lenta, consegui parar e apagar o cigarro. Diga-se de passagem que esse cigarro caiu em terra e não causaria prejuízo.
Por isso, melhor do que dizer para não mandarem janela fora cigarros acesos, é dizer: não fumem! Não acham? (Cá estou eu outra vez...)