Fantasia, ou talvez não...

Texto publicado em simultâneo aqui e na Taberna dos Inconformados

Quando quis responder aos comentários do meu último texto, veio-me essa ideia, que é aliás uma ideia que trago dentro de mim desde tenra idade.



Tudo deve ter começado quando vi, em directo, em casa de uma tia minha, a primeira aterragem de uma nave espacial na lua. Estávamos em 1969, tinha apenas 9 anos. Aí começou esse sonho, o sonho de um dia os povos do mundo estarem unidos. Mas é isso mesmo, um sonho. Acredito num mundo melhor, daqui a 1000 ou 10000 anos talvez, pelo andar da carruagem. Antes vai haver outra grande guerra do que essa união, espero estar enganado.

É que essa minha visão, esse sonho, não se reduz só à nossa terra. Pensando pela lógica, há mais planetas com vida. De certeza que não estamos sós nesse imenso espaço, do qual nem sequer se conhece as suas fronteiras. Sabe-se também que há relatos de visitas de extraterrestres na terra. Esses povos, também pela lógica, têm que ser super-desenvolvidos. Logo, o nosso estado de evolução é uma milésima parte do deles. Mas para isso, não pode haver guerras. Porque uma guerra não produz desenvolvimento. Uma guerra, quanto muito, traz apenas desenvolvimento tecnológico, e de duvidosa qualidade, apenas de destruição e não de construção.

Sempre pensei, já em jovem, quando chegar a idade de velhote, que seria normal viajar pelo espaço e visitar outros planetas. Ora, agora tenho 46 anos, e pelo andar da carruagem nem a minha filha vai viver esse sonho. Porque vai haver sempre outro Bush, outro retrocesso na evolução. Outro Hitler não acredito, porque na altura houve condições especiais. Não havia essa facilidade de adquirir conhecimentos como hoje, não havia tanta informação. Mas houve crise económica, muita fome e desemprego. Infelizmente vamos de novo rumo a esse caminho. Os povos vivem cada vez piores, condições ideais para haver novos ditadores. Veja-se o caminho que estão a tomar alguns estados da América do Sul!

Agora esses povos longínquos que acredito que há, certamente tiveram os mesmos problemas que nós. Durante o desenvolvimento desses povos também houve guerras e retrocessos. E se estão agora a viajar pelo espaço conseguiram superar essas dificuldades. Estão num nível tecnológico e psicológico muito superior do que nós alguma vez possamos sonhar, mas essa é a meta, esse é o sonho. O meu sonho, o sonho de um mundo unido.

Bem, estou a fantasiar, talvez. Mas para quem viveu há 200, ou até há apenas 100 anos, nunca sequer sonhava com um mundo como o que temos hoje. Por isso, o que estou a dizer aqui não é utopia, pode ser muito bem realidade, um dia.

Tudo vem a propósito do terrorismo, porque esse é um retrocesso, é um atraso ao desenvolvimento. O mundo tem que se unir contra esse terrorismo, mas também contra a supremacia de um só estado, ou de uma só região.