Nós, do Alentejo....
Os Telejornais de hoje abriram com uma notícia que indigna qualquer português. Durante a semana ocorreu um acidente de viação no conselho de Odemira, por volta das 7.30 de manhã. Uma ambulância dos bombeiros voluntários de Odemira chegou prontamente ao local, e levou um ferido grave poli-traumatizado resultante desse acidente ao Centro de Saúde a essa localidade do Baixo Alentejo. O primeiro diagnóstico do pessoal médico desse estabelecimento de saúde verificou ferimentos neurológicos, e a pessoa em questão estava em situação estável. No entanto, essa situação piorou, e chamaram o carro de intervenção rápida, que se situa, como é sabido, em Beja, a ca. de 100 km de distância. Após a chegada dessa viatura decidiu-se chamar um helicóptero que por sua vez levou o doente para Lisboa, mas chegou lá já depois da uma da tarde. Entretanto, o doente faleceu!
Muitas questões se levantam nesse caso. Na RTP, nesse telejornal, falou um responsável do INEM sobre esse caso. Há muito tempo que eu não via tanta hipocrisia numa entrevista só! Ou essa pessoa nasceu agora e não sabe do passado dessa viatura, o então chamado carro rápido, ou não sei! Disse que só a partir de Agosto passado o hospital de Beja dispunha de um meio desses! Então, e antes? Quem é que foi o inventor desse meio de intervenção rápido? Foi o Centro de Saúde de Ourique, em resposta aos inúmeros acidentes ocorridos perto dessa vila alentejana a caminho (apressado) do Algarve. Só depois se seguiu o aparecimento de um carro desses em Beja. Entretanto, a presença desse carro em Ourique, com a construção da auto-estrada do Algarve, foi extinta, sobrando apenas o de Beja, que por sua vez foi substituído em Agosto passado por uma viatura do mesmo estilo do INEM. Memória curta desse senhor, portanto!
Mas vamos voltar ao caso. Esse condutor já falecido é uma vítima da desertificação do nosso Alentejo e da mania de poupar a todo o custo desse governo centralista. Vamos por partes. Uma ambulância dos bombeiros voluntários, ao chegar a um acidente grave desses, não traz consigo pessoal médico especializado que possa decidir se um ferido deveria de ser transportado para um Centro de Saúde por perto ou a um Hospital, nesse caso seria o de Beja. Já no Centro de Saúde de Odemira, o pessoal médico de lá pelos vistos não tem autonomia para chamar um helicóptero, ou então, não tem competência médica. Por isso, tiveram que chamar essa viatura que está estacionado em Beja que levou ca. de uma hora a chegar! Após essa chegada, o médico que viajou nessa viatura decidiu chamar um helicóptero, que por sua vez também levou uma eternidade para chegar a Odemira. Já com o doente a bordo, esse helicóptero teve de voar a baixa altitude e muito devagar devido aos ferimentos do doente!
Soluções? Pois, desses o actual ministro da saúde e o austero ministro das finanças nem quer ouvir falar! Significaria mais gastos para uma população muito reduzida, número esse que tem pouco peso em eleições. Questões políticas, pois, para variar. Sabemos que o Alentejo é muito vasto. Odemira, então, fica mesmo longe de tudo, fica a 100 km de Beja. Deveria, portanto, ter mais meios de saúde, e não só um Centro de Saúde mal equipado para acidentes desses. Os bombeiros de lá, idem. Não seria possível para corporações dessas, que estão longe de tudo, dar formação especializada para poderem decidir se devem transportar um doente logo a um hospital, ou não? Nos meios aéreos também se podia alterar alguma coisa! Temos uma base aérea em Beja, base essa que poderia muito bem albergar um helicóptero de emergência durante 24 horas, tem todos os meios para isso. Foi possível no caso da morte de seis pescadores, ou então, será necessário morrer ainda mais gente nas estradas do Alentejo para se alterar esse estado das coisas?
Muitas questões se levantam nesse caso. Na RTP, nesse telejornal, falou um responsável do INEM sobre esse caso. Há muito tempo que eu não via tanta hipocrisia numa entrevista só! Ou essa pessoa nasceu agora e não sabe do passado dessa viatura, o então chamado carro rápido, ou não sei! Disse que só a partir de Agosto passado o hospital de Beja dispunha de um meio desses! Então, e antes? Quem é que foi o inventor desse meio de intervenção rápido? Foi o Centro de Saúde de Ourique, em resposta aos inúmeros acidentes ocorridos perto dessa vila alentejana a caminho (apressado) do Algarve. Só depois se seguiu o aparecimento de um carro desses em Beja. Entretanto, a presença desse carro em Ourique, com a construção da auto-estrada do Algarve, foi extinta, sobrando apenas o de Beja, que por sua vez foi substituído em Agosto passado por uma viatura do mesmo estilo do INEM. Memória curta desse senhor, portanto!
Mas vamos voltar ao caso. Esse condutor já falecido é uma vítima da desertificação do nosso Alentejo e da mania de poupar a todo o custo desse governo centralista. Vamos por partes. Uma ambulância dos bombeiros voluntários, ao chegar a um acidente grave desses, não traz consigo pessoal médico especializado que possa decidir se um ferido deveria de ser transportado para um Centro de Saúde por perto ou a um Hospital, nesse caso seria o de Beja. Já no Centro de Saúde de Odemira, o pessoal médico de lá pelos vistos não tem autonomia para chamar um helicóptero, ou então, não tem competência médica. Por isso, tiveram que chamar essa viatura que está estacionado em Beja que levou ca. de uma hora a chegar! Após essa chegada, o médico que viajou nessa viatura decidiu chamar um helicóptero, que por sua vez também levou uma eternidade para chegar a Odemira. Já com o doente a bordo, esse helicóptero teve de voar a baixa altitude e muito devagar devido aos ferimentos do doente!
Soluções? Pois, desses o actual ministro da saúde e o austero ministro das finanças nem quer ouvir falar! Significaria mais gastos para uma população muito reduzida, número esse que tem pouco peso em eleições. Questões políticas, pois, para variar. Sabemos que o Alentejo é muito vasto. Odemira, então, fica mesmo longe de tudo, fica a 100 km de Beja. Deveria, portanto, ter mais meios de saúde, e não só um Centro de Saúde mal equipado para acidentes desses. Os bombeiros de lá, idem. Não seria possível para corporações dessas, que estão longe de tudo, dar formação especializada para poderem decidir se devem transportar um doente logo a um hospital, ou não? Nos meios aéreos também se podia alterar alguma coisa! Temos uma base aérea em Beja, base essa que poderia muito bem albergar um helicóptero de emergência durante 24 horas, tem todos os meios para isso. Foi possível no caso da morte de seis pescadores, ou então, será necessário morrer ainda mais gente nas estradas do Alentejo para se alterar esse estado das coisas?
Foto daqui
2 Comments:
Que tristeza! Como um aís pode viver adormecido ao ver estas desgraças: primeiro aquilo na Nazaré, agora isto!
Se isto acontecesse em Lisboa...
Abraço!
rcataluna:
Aí é que está! Em Lisboa isso não acontece! Mas, e mais uma vez, depois dessa desgraça vem a promessa. Já se fala de um carro rápido desses para Odemira....
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