domingo, 2 de julho de 2006

Fui....

....visitar, após algum tempo de interregno, o maior palco bejense, o Pax Julia. Confesso, esperava outra coisa. Esperava menos! Esperava “só” ouvir canções alentejanos, e pouco mais. Embora publicasse aqui o programa, o espectáculo teve muito mais variedade que por mim esperado. Pudera, quando é organizado em grande parte pela Região Turismo Planície Dourada, encabeçada pelo meu amigo Vítor Silva. Dele só se espera o melhor. Sabe organizar eventos como poucos, a “Feira do Amor” foi disso um exemplo. Já agora, essa feira não se vai realizar este ano, só no próximo.
Voltando ao Pax Julia. Merecia mais público, certamente não foi por falta de divulgação nem pelo preço de entrada! Mas há razões que a própria razão desconhece. Até do meu coro só apareceu, alem de mim, mais um elemento.
O primeiro grupo a entrar em palco foi o Grupo Coral Feminino Terras de Catarina, de Baleizão. Interpretaram quatro canções populares alentejanas, uma delas em homenagem à Catarina de Baleizão. Como curiosidade, do grupo faz parte uma das filhas de Catarina, precisamente essa que estava ao colo dela quando morreu.
Depois, uma agradável surpresa. O grupo “Rusga de S. Vicente” de Braga surpreendeu-me por ser um coro polifónico, ou seja, com várias vozes, embora de música popular. Primeiro entraram os sete elementos femininos em cena, após seis canções bonitas foi completado pelos cinco elementos masculinos, aí sim, finalizando com cinco belas canções, gostei mesmo!
A seguir do intervalo entraram os conhecidos Ceifeiros de Cuba, interpretando quatro peças tradicionais alentejanas com a sua habitual qualidade.
Em penúltimo lugar outra surpresa. Quatro italianas de Bari cantaram variadas peças, surpreendendo a plateia com vozes bem trabalhadas e canções muito diferentes entre si. Algumas lembraram os já extintos portugueses Mler If Dada. A principal característica dessa actuação foi que fizeram das vozes como se fossem instrumentos, não imitando, mas dando o ritmo com as mesmas.
Last, but not least, outra surpresa. Dois alunos do Conservatório Regional de Beja interpretaram a pedido da organização peças designadas como “A Tradição”. Quatro canções, que segundo o investigador das mesmas, foram cantadas no início do século em Serpa em algumas das casas de fidalgos, à noite. Existem partituras publicadas sobre elas, mas segundo ele, nunca foram cantadas em público. Mas o que mais surpreendeu nessa última actuação foi a idade dos intervenientes. Um pianista de nome João Cavaco de apenas 14 anos e uma soprano chamada Ana Amaro de apenas 16. Actuaram como gente grande, como se nunca tivessem feito outra coisa. É que esta sala com esta enorme plateia impressiona, sei do que falo.
Foi um belo fim de dia, gostei muito, amanhã vou a uma caminhada, em Beringel, bem, vamos lá ver, levantar-me as sete da madrugada num Domingo....

Ainda outra coisa. Quem vai ser o visitante nº 10.000?