terça-feira, 21 de março de 2006

Primavera

Primeiro dia da primavera. Início do ano do zodíaco. Esta manhã choveu torrencialmente quando liguei o rádio do carro. Falaram da seca! Imaginem só. Só no fim da converso percebi quem era a oradora. Edite Estrela, essa mesmo. Ex-presidente da câmara de Sintra, agora Eurodeputada, no seu esplendor da subsídio-dependência, a falar da seca, e a dizer que a Europa devia de apoiar mais Portugal. Bem, pelo menos em Estrasburgo, as cabeleireiras devem gostar muito dela, deve gastar rios de dinheiro aí!
A primavera começa, a minha irmã mais nova faz anos amanhã. Tenho que lhe telefonar. A partir de agora também recomeça a preocupação com as dietas, para fazerem boa figura na praia. Como não gosto muito de praia, não ligo muito a isso. Só quando reabrir a piscina descoberta, aí vou nadar ca. de uma hora por dia, fora das caminhadas quase diárias.
Hoje é dia mundial da poesia. Por acaso foi bem escolhido. Com a primavera nasce a vida, e a esperança. Porque poesia é esperança. Gostava de ser poeta. Ser poeta é ser mais alto. Para isso faltam-me as palavras, ou melhor, o vocabulário. Por isso, a minha poesia é ingénua, e só fala de amor.
Hoje também é dia da floresta. Como já tinha dito aqui, para mim uma árvore é uma vida. Cortar uma árvore, sem estar doente, é um crime. Aqui em Beja acontece muito isso. Principalmente na assim chamada mata dos alemães. É a única mancha florestal que temos, tirando algumas acções de limpeza, ninguém liga a esta floresta. Plantada por iniciativa dos alemães, tem sido atacada de várias formas. Ventos ciclónicos, que a diminuíram bastante há uns anos, sem ter sido replantada, cortes sem nexo, como devido á conclusão da vedação da Escola Superior Agrária e por uma construção de um parque de estacionamento de uma urbanização. E claro, os meninos e meninas da noite. Sujam-na ao seu belo prazer. Motorizadas passam por ela a toda a hora, e ainda por cima, as árvores de grande porte estão no fim da vida útil. Daqui a uns anos, receio que nada resta da mata!!!

10 Comments:

At 21 março, 2006 15:18, Blogger nikonman said...

Também acordas com a Antena1? Ouvi essa imbecil logo pela manhã. E percebi uma coisa: trabalha-se tão devagar nesse Parlamento Europeu que quando começaram a fazer o relatório estávamos em plena seca. Terminaram o trabalho numa altura em que já começaram as rezas para que pare de chover.
Mundo complicado o nosso.

 
At 21 março, 2006 15:40, Anonymous Anónimo said...

E viva a Primavera...
Apesar de aqui também estar mau tempo...Sinto-me contente...Adoro a Primavera...adoro o Verão...ehehehe
Beijo terno.

 
At 21 março, 2006 16:14, Blogger Unknown said...

Por aqui está um autêntico dia de Primavera! os alunos até me convidaram para ir ter com eles à praia esta tarde (recusei claro!)
Este tempo assim solarengo e quentinho dá vontade de passear pelo campo fazer caminhadas mas em vez disso tenho que ir trabalhar!
Ai que martírio de manhã estar a dar aulas com a praia logo ali a espreitar às janelas :( Depois da Páscoa vai ser um problema dominar os meus pestinhas... vão andar todos eléctricos, quem lhe apetece estar fechado numa sala com o tempo maravilhoso que faz lá fora?
Foi por isso que hoje decidi dar a aula na rua... estive a dar figuras simétricas, frisos e pavimentos, tudo com a observação da natureza e da arquitectura...
Ficaram logo todos contentes :)

 
At 21 março, 2006 17:21, Blogger O Chaparro said...

é o que dá ter gente dessa a representar o pais. lembro-me de ser puto e brincar na mata dos alemães. eu morava na 25 de abril. bons tempos.

 
At 21 março, 2006 18:50, Blogger Unknown said...

Percebo a sua preocupação em relação à mata! Aqui, na Beira Interior o Pinhal é uma das maiores riquezas é o Pinhal! E todos os anos ardem sempre mais hectares!... É o país (relativo) que temos...

Abraço!

 
At 21 março, 2006 19:57, Blogger Celtiberix said...

A "Mata dos Alemães" é mais uma anedota da gestão desta cidade. Lembro-me de quando era mesmo uma mata, sei lá quantas vezes maior e mais densa do que actualmente.
Também me lembro de ler no "Diário do Alentejo", vai pra mais de trinta anos, algo mais ou menos como "um grupo de senhoras da nossa cidade pretende realizar um abaixo assinado com o intuito de solicitar à C.M.B. o fim da Mata dos Alemães, uma vez que é local de poucas-vergonhas de onde se têm vindo a desfazer muitos matrimónios da nossa terra"; digamos em bom português que "um grupo de senhoras" mal-f****as da nossa cidade via os maridos procurarem na tasca o que lhes faltava à mesa de casa...
Dessa safou-se a mata, mas não se safou aos desbastes cada vez maiores que lhe fizeram (fazem), mal passando já duma sombra do que foi. E tem-lhe valido o 25 de Abril, o 1º de Maio e o dia da cidade, porque duvido que de outra maneira não tivesse ido já abaixo.

 
At 21 março, 2006 20:16, Blogger Zig said...

nikonman:
Depende, procuro informação logo de manhã. A melhor normalmente vem da Antena 1.
O parlamento europeio é muito grande, tens de compreender que muitos cozinheiros estragam a sopa, por isso, leva tempo a cozinhar fosse o que fosse. Mas ganham muito bem, lá isso ganham.

ana pinheiro:
Começou chuvosa, esta primavera. Só pode melhorar....

trequita:
Que inveja! Além disso, na Madeira não tem estas temperaturas extremas como cá, nem as mínimas. Mas isso tu sabes melhor que eu.
Fizeste bem em dar uma aula ao ar livre. Além de ser diferente, os teus alunos certamente estudaram muito melhor. Isso por cá seria difícil. Como tu sabes, aqui em Beja, ou casa, ou rua. Só mesmo na mata ou no parque da cidade se pode fazer isso.

o chaparro:
Obrigado pela visita ao meu blog.
É verdade. De vez em quanto temos de os aturar. Porque penso, como não vivem cá, não conhecem a realidade portuguesa.
Tempos bons, já não voltam....

O restaurador:
O mais preocupante é que ninguém aparentemente faz alguma coisa para salvar esta mata, até pelo contrário. Só sabem tirar partido dela, fazem lá grandes jantaradas etc.
Por acaso sabes quem instalou, em primeiro lugar, o campo de bola na mata? Não sei se conheces Beja para responderes a esta pergunta.

celtiberix:
Bem vindo de volta ao meu blog!
Não conhecia esta história. É mesmo engraçada. Coitadas! Infelizmente ainda hoje se passam lá poucas vergonhas. A pouca vergonha de ninguém fazer nada para a mata.
Há aqui no Alentejo muita gente que não gosta de árvores. É capaz teres razão quando dizes, que sem estas festas a mata já não existia. Na altura, quando comprei a minha (ex) casa, convidei uma vez um amigo meu para a visitar. Tinha muitas árvores no quintal, e quando o dito amigo viu essas árvores, disse, se fosse por mim, cortava-as todas. Bem, a partir desse momento era um ex-amigo.

 
At 21 março, 2006 22:10, Blogger Unknown said...

Não, não conheço Beja para poder responder a essa pergunta. Mas deduzo que tenha sido a comunidade germânica presente em Beja...

Abraço!

 
At 22 março, 2006 10:15, Blogger Zig said...

o restaurador:
Exacto. Pelo menos foi criado por eles, foi o primeiro campo relvado na região. Um dia faço um post sobre a presença deles em Beja, não deve caber num só, mas em vários.

 
At 22 março, 2006 13:49, Blogger Unknown said...

Faça tipo uma trilogia. Agora tou curioso para ler!

 

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