quarta-feira, 29 de março de 2006

Não foi...

...primeira página nos jornais nem nos telejornais, a greve na França. Ainda bem. Não se confirmaram as previsões pessimistas. Talvez o mau tempo tenha sido a causa para o apaziguamento, os próprios sindicatos também estiveram atentos a “infiltrações” de radicais que só procuram o distúrbio. Ficou-se pela luta política, algo confusa. Quando nem o próprio partido no poder está unido, só pode gerar confusão.
Mais uma morte de um soldado da GNR. Foi um guarda de Estarreja que morreu por causas ainda não esclarecidas no decorrer de um pequeno furto efectuado por dois jovens, que assaltaram uma mercearia. Penso que os guardas estão pouco treinados para a abordagem de assaltos, e em combinação com a falta de motivação e baixos salários por vezes dá em tragédia. Num jornal de Beja, por exemplo, vinha a notícia que a GNR local não efectua um treino de tiro há cinco anos! Dá que pensar.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros português vai a Canadá para convencer esse governo de repensar a política de repatriação de emigrantes ilegais portugueses. Faz muito bem, como já foi presidente da assembleia da ONU pode fazer valer a sua influência e experiência internacional. Pelo menos pode conseguir um adiamento da saída dos portugueses daquele país.
O estado português vai indemnizar as vítimas do caso Casa Pia em 25 mil ou 50 mil € cada. Em meu ver, o estado desliga-se assim das responsabilidades, da obrigação de melhorar as condições naquela instituição. Para as vítimas, claro, é melhor que nada. Caso aceitarem esse desfecho, já não podem continuar a incriminar o estado.
O que me chocou foi que estão a abater cães “vadios” na ilha açoriana Graciosa. Que barbaridade! Realmente, numa ilha? Num meio tão pequeno devia ser mais fácil de fazer um controlo desses cães. Lá, toda a gente conhece toda a gente, de certeza que se pode saber muito facilmente quem é o dono do cão, eles não caem do céu! Ninguém traz cães de fora para essa ilha só para se verem livres deles. Não há nada a fazer contra isso???
Por cá, o nosso “canil” foi visitado por duas mulheres de nacionalidade sueca com a finalidade de adoptar cães para a Suécia. Mais tarde vou falar melhor deste assunto.

10 Comments:

At 29 março, 2006 14:49, Blogger Unknown said...

Em relação a França de facto o único problema são os "infiltrados"...

Veremos o que Freitas do Amaral irá conseguir. Por agora as intenções são muito boas!!!

Em relação aos cães abandonados na Graciosa, já aqui comentei uma vez o que se deveria fazer aos donos desses cães, lembra-se Zig?
O povo nordico tem outra mentalidade, humanidade e inteligência! Pode ter a certeza de que os cães que forem adoptados serão bem tratados de certeza!

Abraço!!!

 
At 29 março, 2006 18:05, Blogger Zig said...

o restaurador:
Não é só em França, acho que é em todo o lado!

Estou um pouco pessimista. Porque este assunto não toca só aos emigrantes portugueses, outras nacionalidades ainda estão em pior situação. Agora, se o governo canadiano ceder, tem de alterar a situação para todos. Acho que isto não vai acontecer.

A questão dos cães abandonados é essa mesmo, são abandonados, não se sabe quem é o dono. Por isso, esse dono não pode ser punido. Agora matar sem mais nem menos um cão por não ter dono? Só visto. Ouvi há pouco um presidente de câmara dessa ilha em questão a falar deste assunto, realmente, nem quero comentar. Agora qualquer polícia dali pode puxar numa arma e matar um cão. Estou mesmo a ver a cena. Só no Far West! Só espero que ao menos os polícias sejam humanos, ao contrário deste presidente da câmara, e não executem esta ordem! Ainda por cima, esta ilha tem um canil desactivado. Agora um grupo de pessoas juntou-se para reactivar o canil e meter lá os cães. Onde é que já tinha ouvido esta história?

 
At 29 março, 2006 18:50, Blogger RCataluna said...

Não se entenda como uma atitude securitária da minha parte mas acho que andamos a descurar no apoio e desenvolvimento das nossas forças de segurança...
se fosse só a GNR...

 
At 29 março, 2006 20:29, Blogger Zig said...

rcataluna:
Exacto, se fosse só a GNR. É a falta de dinheiro, como em todo o lado. Está tudo falido....

 
At 29 março, 2006 21:27, Blogger Unknown said...

Eu acho que ao matarem os cães não estão a resolver um problema, estão sim a extinguir uma consequência de um problema...
os donos que os abandonam

Sempre tive cães desde pequenina e o abandono é uma coisa que não entendo... uma vez, tinha eu uns 6 anos, o meu pai perdeu um cão nunca mais o encontrámos mas até hoje me lembro dele com tristeza... não sei como os conseguem abandonar

 
At 29 março, 2006 22:37, Blogger Zig said...

trequita:
Para mim, as pessoas que abandonam cães, não têm consciência. São uma subespécie, um tipo de pessoas que precisavam de uma licença para viver! Muitas vezes penso quem é que terá sido o anormal que abandonou a minha cadela, mas ao vê-la feliz, até lhe agradeço, porque ela agora está comigo!

 
At 30 março, 2006 00:14, Blogger heidy said...

A confusão está estabalecida já há muito tempo. Existe uma grande crise de valores. E não estou a falar de falsos moralismos. Estou sim a dizer, que as pessoas já não sabem no que hão-de acreditar, e por isso existe um aproveitamento da parte de quem interessa. Vejamos... a crise que está a progredir pela Europa e pelo resto do mundo, não leva a que se tomem medidas de protecção para determinadas camadas. Está claro que quem vai sofrer, é quem está "a mais". Então mande-se o "problema" embora. Resolução não dispendiosa; rápida e "sem" consequências, para quem a toma. A França... não activou nenhuma lei nesse sentido, porque não tem lógica, visto que a maior parte da população é descendente de emigrantes ou ainda pertencem À primeira geração dos que partiram para tentar encontrar uma vida melhor. Logo, teve de tornear o problema. Mas na minha opinião, vai dar ao mesmo. Obriga a uma mudança de comportamento. Mais tarde ou mais cedo, vai existir um êxodo inverso ao que que aconteceu há 30 anos. Lamento pelo pessoal que quer começar agora uma vida. Vai ser duro, e desta vez, sem escapatórias.

Em relação ao serviço diplomático português, não acredito na sua eficácia. A decisão está tomada. Não vai haver regressão, isto porque assim abriria um precedente, para outros casos. E julgo que isso seria a ultima coisa que o governo do canadá desejaria. Lamento por quem não se precaveu. Quando se está na situação deles, sabe-se que se corre riscos. Não sou fria em relação a estes assuntos. Apenas vejo as coisas, de uma forma abstrata. E se falamos nestes casos, porque não, também referirmos os que acontecem nos USA, quando mandam embora descendentes de portugueses? pessoal que nunca tomou contacto com o nosso meio de vida; e muitas vezes, nem a lingua sabe. Aí... também ainda não vi nenhum acordo ser produzido.

Quanto aos animais abandonados... só demonstra a pobreza de espirito de quem o faz. É uma atitude reles, e só gostava, que aqueles que a tomaram, experimentassem a situação uma vez. Para saber o quanto deve doer a um animal , de repente ver-se sem nada.
E por vezes pergunto-me, o porquê de se ter um animal de estimação, se depois, mal se torna incomodo, é pura e simplesmente despejado, tipo lixo. Quem faz isto, deve fazer coisas bastante piores. Só denuncia a sua falta de sensibilidade.

Lamento se me alonguei.

besos

 
At 30 março, 2006 01:09, Blogger Zig said...

Heidy:
Obrigado pelo comentário, volta sempre!
Sempre comparei a França com a Alemanha, este último por razões obvias conheço melhor. Os dois tiveram uma grande afluência da emigração, no entanto, na Alemanha há muito menos problemas que na França. Porquê? Os alemães até são mais racistas, mas o ensino escolar desde cedo os tentou integrar. Lembro-me perfeitamente que sempre tive colegas italianos e turcos na escola, ao fim de pouco tempo estavam integrados. Um dos meus melhores amigos era mesmo um turco! Talvez isso não fosse feito na França, não sei. A mentalidade francesa também é outra. O sistema político então é incomparável com o da Alemanha.

Em relação ao "caso" Canadá, estamos de acordo, o governo canadiano de certeza não vai voltar a trás, perdia a credibilidade.

Os cães, pois os cães. Amanhã vou de novo até Odeceixe para uma nova acção de castração. Hoje estive no canil, realmente são cães tão dóceis, só querem festas. Se eu pudesse, levava uma dúzia comigo, gosto mesmo deles. Quando encontram um novo dono, é espantoso a facilidade de adaptação que demostram. Vejo isso na minha cadela, os primeiros dias, claro, andou um pouco à toa, mas depois, ficou muito bem!

Podes alongar-te nos comentários as vezes que quiseres!

 
At 30 março, 2006 11:35, Blogger heidy said...

:)
Tens razão! Tenho familia espalhada por essa Europa fora. E os que estão establecidos na Alemanha, dizem-me exactamente isso. Apesar da mentalidade, e de tudo o que lhes está adjacente, sé um país, que dá oportunidades a quem quer trabalhar. A população é protegida, desde a mais tenra idade, até envelhecer. Mas isso também advém da máquina politica, e do espírito dos alemães. Se não fosse assim, nunca estariam no patamar que atingiram no pós-segunda guerra mundial. Ou era ir em frente ou ficar destroçado.
Quanto aos franceses, não deixam de ser racistas. Embora, utilizem a chamada diplomacia amarela (comparando com o sorriso). E na grande maioria das vezes, é bem pior do que a frontal. :) Digo eu...
:)

 
At 30 março, 2006 23:32, Blogger Zig said...

lune:
Não desanimes, além da política e notícias meto outras coisas também, por vezes falta-me o tempo para algo mais criativo!

heidy:
Bem, não conheço a realidade francesa, mas penso que isto ainda é um reflexo da existência de colónias, coisa que Alemanha não teve. Perdeu-as na primeira guerra mundial. E quando estes descendentes se juntam em "guetos", ainda pior.

 

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