terça-feira, 28 de março de 2006

Actualidades

Vou comentar algumas das notícias da actualidade, com o pouco tempo que tenho, abordo-os apenas ligeiramente.
Mais uma pérola do governo. Um Secretário de Estado da Administração Interna lembrou-se que há demasiadas armas ilegais em Portugal. Como toda a gente que tem uma arma ilegal são boas pessoas, pede ás mesmas que entregam estas armas, estilo: Toma, já não necessito dela. Que ingenuidade! Não tivemos nenhuma guerra civil como em Angola ou Moçambique, não há dinheiro em troca como no Brasil. E mesmo se houvesse alguém que entregue uma arma, depois vão lhe perguntar assim: Onde é que arranjou esta arma? Já matou alguém com ela? Realmente, só visto.
Israel. Este povo elege hoje um novo Parlamento, o Knesset. Com uma novidade pouco comum. Nas sondagens está à frente um novo partido, o Kadima. Fundado pelo ainda PM Ariel Sharon, que se encontra fora de funções desde Janeiro, tem a vitória quase garantida. Liderado agora pelo Presidente da Câmara de Jerusalem, Ehud Olmert que substitui Ariel Sharon nas funções de PM, tem no entanto de fazer uma coligação com outro partido, provavelmente com os trabalhistas, liderado por Amir Peretz. O estranho é que muitos israelitas não vão votar. Um povo tão unido devido às dificuldades por se situarem no meio de países árabes, interessa-se cada vez menos pela política. Parece ser uma tendência generalizada no mundo ocidental, infelizmente.
França. Hoje está anunciada uma greve geral, que deve mobilizar só em Paris mais de um milhão de pessoas. Só por causa da nova lei que pode meter trabalhadores até aos 26 anos de idade na rua sem justificação? Não creio. Mas estranho bastante, já que a França continua a ser o país que mais subsídios recebe da União Europeia! Todo o mundo ocidental está em crise, tanto economicamente como social. Ninguém tem uma varinha mágica para resolver os problemas, mas em meu ver, os franceses estão a ir longe demais. Penso que são apenas questões políticas, o velho problema, esquerda contra direita. Poder económico contra trabalhadores. Têm de se entender. Não é com greves gerais que se vai lá. Ainda por cima, esta greve deve acabar em violência. Já estou a ver as imagens no Telejornal!
Gostava de ouvir a vossa opinião. Em meu ver, esta lei francesa dá uma oportunidade de emprego aos jovens, mesmo com esta incerteza de poderem ser despedidos, mas é trabalho. Que mal tem isso? Ou será que não querem trabalhar? Ou é, como eu disse, apenas uma questão política?

6 Comments:

At 28 março, 2006 16:15, Blogger Unknown said...

Vamos por partes.

Uma Fisga também conta como arma, é que se conta eu entrego a minha e com ela já matei 3 tordos e parti 5 vidros (eu sei a minha pontaria nunca foi muito boa!...)

A questão da eleição para o Knesset e a fraca adesão dos israelitas tem uma explicação muito simples. Os israelitas querem paz. E estes candidatos não lha asseguram e os políticos israelistas, tal como os portugueses têm cada vaz menos credibilidade. A diferença é que os israelista são letrados politicamente e os portugueses não.

Por fim a questão francesa. Já tive oportunidade de discutir este tema com a minha professora de Cultura Francesa. E sinceramente eu acho que os jovens franceses têm razão. Se eu estou a tirar um curso superior é porque ambiciono um emprego (trabalho) que me dê uma carreira, que me dê hipoteses de progressão de carreira. Não é ir trabalhar 1 ano e meio, e depois sou despedido porque o patrão quer poupar nos impostos e assim contrata outro jovem inexperiente como eu era há 1 ano e meio atrás. E mau para os jovens, que irão ter dificuldades em arranjar um sitio onde possam fazer carreira e é mau para quem é servido, pois vai encontrar sempre pela frente jovens inexperientes. Não é que eu esteja a dizer que não se deve dar uma hipotese aos jovens inexperientes, pois eu também sou um deles! O que quero dizer, é que se os boys tivessem reformas mais baixas, os políticos ordenados mais baixos, menos ajudas e vantagens, não seria necessário estas polémicas e medidas que em nada beneficiam o futuro de um país, os jovens!
É o mesmo que cá em Portugal dizerem que as pessoas arranjam emprego. Claro! A recibo verde, sem direito a férias, subsídio de almoço nada!!! Mas também não concordo com a violência dessas manifestações. Greve sim, mas pacífica! Já pensaram em fazer um cordão humano em volta da Assembleia e Senado franceses? Talvez tivesse um maior significado!

E termino dizendo...

Nós (jovens) somos o futuro da Europa!

Abraço!

 
At 28 março, 2006 22:24, Blogger RCataluna said...

Caro Zig:

Compreendo o teu ponto de vista, mas acabo por concordar com o restaurador. A situação em Portugal acaba por ser ainda mais difícil. Eu trabalho a recibos verdes e não tenho direito a nada! Pago uma fortuna de segurança social e regalias são uma miragem...

A falta de credibilidade da classe política acaba por não lhe dar margem de manobra para tomar decisões complicadas...

 
At 28 março, 2006 23:15, Blogger Unknown said...

vivemos num país onde é tudo bons rapazes...até vão fazer fila para entregar as armas!
O Restaurador tem razão em relação a França...

 
At 28 março, 2006 23:55, Blogger Zig said...

o restaurador:
Qualquer dia temos que entregar o carro também. Para muita gente ele é uma arma também!

Vamos melhorando, aos poucos.

Desculpa, mas continuo na minha. Mais vale ter trabalho precário, mas trabalho. Pode adquirir experiência, mesmo despedido logo arranja outro, penso eu. O pior é a falta da credibilidade da classe política, os "boys", isto tem de acabar de uma vez para todas!

rcataluna:
Pois, a segurança social. Se soubesses a minha opinião sobre isso, é melhor nem falar.
Por acaso até precisava de um empregado, mas com tantas despesas que isto dá, não me meto com isso! Talvez seja por isso que entendo essa lei.

cruzeiro:
Obrigado pelo comentário.
Uma das primeiras frases que aprendi cá foi: Não faz mal em Portugal. Isso diz tudo...

 
At 29 março, 2006 00:38, Blogger Unknown said...

Depois o problema é arranjar outro trabalho caro Zig!... Porque depois há outro tótó (jovem) que se pode contratar e despedir ao fim de 2 anos. E assim os mais velhos vêem-se à rasca para arranjar trabalho, percebe?

Se fosse o Villepin o jovem, de certeza que não concordava! Mas como ele, mesmo demitido do cargo de primeiro-ministro continua a ter o seu lugar na Assembleia Nacional da França esta se pouco lixando!!!

Abraço!

 
At 29 março, 2006 15:36, Blogger Zig said...

o restaurador:
Mas ao menos adquiria experiência, acho que isto também vale alguma coisa! Por exemplo, se eu não tivesse tido um trabalho considerado precário, nunca, mas nunca sabia hoje o que sei!

 

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