quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Meia tigela

Esta manhã, ao meter gasolina na bomba do Intermarché, deparei-me com uma situação grave que se acentua nesta altura. Os cães abandonados. Vi um, tão magro e de aspecto doente que metia dó. Podia levá-lo ao Canil mas este está supercheio. Tentei meter-me com ele mas fugiu. Aparentemente é mais um cão abandonado por um caçador de “meia tigela” como os costumo de chamar. Tenho visto alguns perto da minha oficina na Zona Industrial também. Já por si, sou contra a caça! Contra esta caça! Em algumas regiões ela torna-se necessária, claro, não é isto que está em questão. Há “caçadores” que não olham a meios. Que não têm coração. Quando um cão já não serve para a caça, fora com ele, ou então, até os abatem. Foi um acidente, foi atropelado, fugiu com medo, dizem eles. Temos sempre muito cuidado quando damos para adopção um cão a um “caçador”. Para tentar convencê-lo de o ver como um ser vivo e não como uma ferramenta. Mas nem sempre conseguimos. Basta vê-los metidos nestes atrelados apertados de ferro, com uma pequena janelinha, no verão a 40 graus á sombra puxado por um jipe caríssimo. Uma vez perguntei um “caçador” destes se o seu jipe tem ar-condicionado, ele respondeu, claro, mas estranhando a pergunta. Pois, os cães não vão no jipe, disse eu. Mas quem sou eu a meter-me com estes senhores doutores ou engenheiros ou outro título qualquer e que são certamente muito competentes.
Há pouco ouvi na TV uma notícia estranha. O preço do maço de tabaco vai aumentar. Ainda bem, devia aumentar em 100% ou mais, já que os não-fumadores pagam as doenças dos fumadores (logo um dia destes explico-me melhor). Mas vai aumentar só 30 cêntimos. Tudo bem até aí. Mas nas ilhas só aumenta cinco! Porquê? Não são gente? Não adoecem? Deve fazer parte de uma destas leis estranhas só para as ilhas....