quarta-feira, 23 de julho de 2008

Hoje...

O dia de hoje ficou marcado por vários assuntos, não sei qual deles com mais importância. Começo por aquele que acabei de ver na TV, ou seja, com os problemas no bairro Quinta da Fonte em Loures. A RTP acabou de transmitir uma reportagem sobre esta zona problemática nos arredores de Lisboa, para quem viu penso que ficou a saber muito mais sobre o que se esconde por detrás desse nome.

Não conhecia esse bairro, não sabia que é uma zona mesmo isolada e nem fazia ideia que tem apenas e só uma rua de acesso. Só esse facto diz quase tudo, ou seja, facilmente alguém, ou um grupo com más intenções consegue “controlar” esse bairro. Claro que foi uma peça tipicamente jornalística onde só aparecem as pessoas que querem aparecer, só falam aqueles que têm coragem para falar. Pensava que nesse bairro viviam só pessoas da etnia cigana e famílias de raça negra, mas não. Também lá moram pessoas “ditas” normais, pessoas que por lá compraram casa iguais a milhares e mais milhares de outras famílias pelo país fora. Só que, essas vivem por lá quase isoladas, não saem de casa, vivem angustiadas e deprimidas. Não têm hipóteses de vender essa casa já que ninguém a compraria, agora com os últimos acontecimentos ainda menos.

Naturalmente nessa reportagem não apareceu ninguém da etnia cigana já que não estavam nesse bairro quando a reportagem fora rodada. “Apenas” apareceram pessoas que falaram da vida diária que levam, vidas que são “quase” iguais às nossas, só que, vivem num bairro que anda na boca de todos os portugueses, um bairro que no futuro dificilmente recuperará dessa má fama que tem actualmente. Soluções? Não sei, não sou autarca de Loures, não sou psicólogo nem outras coisas começadas por “psico” ou terminadas em “ogo”, só sei que esse tipo de problemas não são exclusivos do nosso país, todo o mundo dito moderno os tem. Exclusão social, desemprego, racismo, ou então, aproveitamento da situação, saber dos direitos e não querer saber dos deveres – you name it!

O caso Maddie! Só de ouvir esse nome dessa infeliz menina provoca as mais variadas reacções! Foi rapto? Foi homicídio? Muito provavelmente nunca o saberemos. Muito foi falado e escrito sobre o caso, e agora que a investigação a esse desaparecimento foi arquivado por falta de provas e novos desenvolvimentos, vem agora o ex-investigador desse caso, Gonçalo Amaral, lançar novas polémicas para a fogueira (que nunca se irá apagar) em forma de um livro. Para quem está de fora como eu, para quem não entende nada de trabalho policial como a maior parte de nós, o que se tem revelado até agora sobre esse livro, ou melhor, o que está escrito nele, levanta a maior das dúvidas se essa investigação realmente correu da melhor forma. Esse ex-investigador defende que a Maddie morreu nessa mesma noite acidentalmente, ou seja, que não foi raptada. Escreve que foram ignorados testemunhos importantes e que houve influência directa de entidades fora da investigação para que essa tomasse o rumo da possibilidade de rapto. Pessoalmente? Estou indeciso, só sei que esse livro certamente vai ser um bestseller e que esse investigador terá o seu futuro assegurado, a não ser, claro, que venha a ser acusado e condenado por aquilo que escreveu...

O caso Esmeralda! Mais uma vez, só de ouvir esse nome provoca as mais variadas reacções. Nunca antes se terá ouvido falar tanto em pai biológico e pais afectivos, em poder paternal e em decisão judicial de paternidade. Hoje se ficou a saber que a entrega da menina a esse dito pai biológico (recuso-me de escrever aqui o nome para que as buscas na net não me encontrem...) ficou suspensa por decisão judicial. Na prática é mais do que certo que essa entrega nunca se vai realizar já que com o passar do tempo a menina de agora 6 anos se vai habituar cada vez mais aos pais adoptivos. Aplaudo essa decisão! Digam o que quiserem, sempre defendi que a Esmeralda deve ficar com o Sargento Luis Gomes e sua esposa. A única ligação que esse dito pai biológico tem para com a “sua” filha é apenas o facto de ter tido relações sexuais com a mãe da criança, e mais nada. Será que é apenas o ego machista dele que o impede de não desistir do caso? Para quê é que ele quer a menina? Certo, “requereu” a paternidade poucos meses após o nascimento da criança, mas desde quando, moralmente falando, ele que teve apenas a “participação” de poucos minutos na concepção da bebé, tem mais direitos do que uma mãe que carregou durante 9 meses essa pequena vida dentro da barriga dela? Não entendo! A razão estará no mundo machista que continua a prevalecer em Portugal? Talvez. Mas o que realmente interessa é a menina, e ela está muitíssimo bem com quem está agora! Tenho dito!