Quo vadis, PSD?

Esta velha e famosa frase romana se pode aplicar ao actual estado do maior partido da oposição em Portugal - Onde vais! É de facto um caso para a ciência política investigar para entrar nos anais da história como exemplo a não seguir. São elas lavagens de roupa suja em público, descer a níveis só conhecidos a partir de uma certa ilha no Atlântico, acusações mútuas que o cidadão normal tem dificuldade em seguir. Até já se fala em tribunais, já que os órgãos partidários pelos vistos não são suficientes.

Bem, e para os mais distraídos, Luís Filipe Menezes e Marques Mendes disputam a liderança no PSD, em eleições directas (pelos militantes) já nesta sexta-feira. O maior ponto da discórdia é se ca. de 1400 militantes, que à última hora regularizaram as suas quotas para poderem participar nessas eleições, podem efectivamente participar nesse escrutínio, ou não. O conselho jurisdição do partido já reprovou essa possibilidade, o que naturalmente desagrada ao autarca de Gaia, e é essa a razão de toda essa “guerra”.

Para os militantes do PSD, só resta esperar para ver. São quase como obrigados em escolher o “mal menor”, já que nenhum dos dois candidatos corresponde efectivamente ao candidato ideal, alguém com perfil para destronar o actual governo nas próximas eleições legislativas. Porque é isso que verdadeiramente está em causa, a próxima campanha eleitoral! Neste momento, nenhum desses militantes pode dizer com convicção que um desses dois candidatos tem realmente hipótese para ganhar essas eleições! Mas, e acreditando nas “sondagens”, Marques Mendes será esse “mal menor”, pelo menos não tem opositores de peso dentro do próprio partido como Rui Rio, no caso de Menezes.

Para os simpatizantes do PSD (em que eu me incluo já que não houve disponibilidade pela distrital de Beja em me aceitar como militante, estatuto que neste momento também já não aceitaria....) e para os eleitores fieis nesse partido, essa situação é bastante grave. Após os últimos acontecimentos será muito difícil manter a credibilidade que esse partido ainda tinha, ou seja, pode vir a perder eleitorado. Em meu ver, nada ficará como antes, estão-se a abrir fendas dentro do partido que vão levar muito tempo a serem tapados. Assim, muito dificilmente o PSD terá chances em suceder ao PS nas próximas legislativas.

Aliás, o Partido Socialista é o grande beneficiado dessas trapalhadas todas. Lá no Largo do Rato não cabem em si de contentes, é só sorrisos largos nos gabinetes nesse prédio, para não falar da minha habitual “gracinha”, de terem esgotado os cremes das mãos de tanto os esfregarem. Sócrates já nem necessita aparecer nas TV’s com a sua habitual campanha eleitoral constante, a oposição trata disso. Mas quem perde, meus amigos e leitores deste blog, é o país! Porque só com uma oposição forte o governo não consegue fazer o que lhe apetece, ou seja, brincar com os portugueses fingindo que no nosso país está tudo bem! Não está, todos sabemos disso, mas o governo prefere assobiar para o lado, remetendo-se ao combate ao défice em vez de atacar os reais problemas do país.

Agora, aquela das quotas pagas à última de hora, qualquer semelhança com o sucedido na distrital de Beja é mera coincidência....