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Não sei porquê, mas tenho a sensação que o país inteiro está de tanga. Não, não falo dessa famosa frase dita por um ex-PM, o tal do cherne, mas vai lá perto. Só sei que há uma classe de portugueses que nunca é afectada, falo, claro, dos políticos que, com os bolsos cheios de cartões de crédito, se fazem circular em bólides topo de gama pelas estradas do país. Mas falo também dos bancos! É que, quando maior a crise, maior é o lucro deles. Curiosamente, e falando do meu caso pessoal, já que essa crise me ataca também em forma de aumento constante de despesas (telefones, net, electricidade, carro etc. etc.), por vezes a minha conta bancária aparece no fundo, e, quando chega (cai) nessa zona um daqueles papelinhos assinados por mim e não há “seguimento” a dar, vá de o banco cobrar a sua “despesa” também. Ou seja, alguém como eu que trabalha que se farta, para, muitas vezes, não chegar a ver o fruto desse trabalho em forma de € na minha mão, ficando na minha oficina meses a fio esse trabalho a apanhar pó! Só que, os meus fornecedores querem ser pagos, é natural, e a eles não interessa se posso, ou não, cumprir com essa minha obrigação.
Pior, muito pior está a CM de Lisboa. Devem milhões e milhões aos seus fornecedores, e claro, estando em época de eleições, agora vem tudo à baila, com todos os candidatos (abutres) a prometerem o mesmo, o saneamento financeiro da CML. Mas, caros amigos, sem ovos não há omeletes, como diz o povo, e muito bem. Se o próprio estado estrangula as câmaras com essa nova lei do financiamento autárquico, como é que podem eles cumprir com as suas obrigações? Isto está tudo interligado, é uma espiral diabólica, quando um não tem €, o outro também não tem. Mas, pelo meio disto tudo, estão os políticos com os seus rendimentos – regalias – reformas garantidas, e os bancos, a fazerem cada vez mais lucro! Isto irrita, não acham?
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