Estudo - Coro

O governo português apresentou hoje um estudo que verificou que os jovens saem cada vez mais tarde da casa dos pais, por motivos vários. Uma outra conclusão desse estudo afirma que mais de 20% dos licenciados não conseguem arranjar um primeiro emprego. Bem, estudos! Desconfio de todo e qualquer estudo. Custam rios de dinheiro, dinheiro esse que nem sempre é aplicado correctamente, enche os bolsos de certos boy’s, e servem também para adiar problemas. Porque em cada problema que aparece, aparentemente primeiro é necessário efectuar um estudo para conhecer a “real” dimensão desse dito problema. Depois, quando após muitos meses ou até anos o estudo for finalmente conhecido, já ninguém se lembra do problema, ou então, já tudo se resolveu. O destino muitas vezes desses estudos é a gaveta, o esquecimento.

Bem, o estudo em causa, portanto, “estudou” o comportamento dos jovens. Mas o quê é que é um jovem? Antigamente era a população até aos 18 ou 20 anos. Bem, 23 também ainda contava como jovem. Neste momento até uma pessoa com 30 anos é considerado jovem! Qualquer dia até eu (46 anos) sou jovem. Até sou, sou uma criança! Nasci no dia da criança.... Continuando! Penso que os resultados desse estudo já toda a gente sabia. Basta falar com o vizinho, amigo ou colega, todos dizem o mesmo. Mas o governo, esse não sabia de nada! Tinham que mandar fazer esse estudo. Pois!

Qual será, então, a razão para os jovens ficarem cada vez mais tempo em casa dos pais? Muitas! Em meu ver, e em primeiro lugar, as próprias casas! Em Portugal não existe um mercado de arrendamento de casas digno desse nome. Ou compra, ou nada. E o que há para arrendar, é caríssimo. Por isso, é muito mais cómodo para um jovem ficar no lar dos pais! Depois, claro, a falta de trabalho. Para um jovem sem experiência é muito difícil encontrar emprego. Penso que em outros países é um pouco mais fácil. Falo do país que conheço, da Alemanha. Lá o sistema de formação profissional é outro, um jovem aprende uma profissão, mesmo ganhando pouco, portanto, aprende trabalhando (Auszubildener). Ao mesmo tempo visita uma escola profissional (Berufsschule) da área da profissão dele. Depois sai com uma carta profissional que é reconhecida em todo o país. Claro que não é um garante para arranjar emprego, mas sem essa carta não há nada para ninguém.

Não conheço o sistema do ensino superior na Alemanha, não sei se há falhas ou falta de emprego para os recém formados, mas o de Portugal deixa muito a desejar. Mais de 20% dos licenciados não encontram emprego. São muitas vezes “arrastados” em estágios atrás de estágios, uma forma barata de certas firmas terem trabalhadores quase a custo zero, agora trabalho ou emprego a sério é coisa rara. Aí talvez seja a maior razão o curso certo. Os que há muitas vezes não correspondem à necessidade real do mercado português. Há licenciados amais em certas áreas, noutras não há gente que chegue. Claro, muitas vezes um aluno menos “brilhante” escolhe um curso dito fácil na esperança encontrar um emprego na mesma, esperança essa raramente satisfeita. E pronto, lá se passou mais um estudo....

Ainda uma referência à música coral portuguesa. O Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra ganhou a medalha de prata num festival internacional de coros em Praga, na República Checa. Concorreram 66 coros de todos os cantos do mundo. Um grande feito, portanto. Os meus parabéns. Esse coro já foi convidado por nós para participar num encontro de coros nosso, mas por motivos vários não foi possível a sua vinda à Beja. No início deste ano também estávamos a pensar em nos candidatar para participar neste festival, mas com a nossa ida à Madeira ficou de fora essa possibilidade. Pode ser que nos aceitem na Itália num festival semelhante, estamos esperançados. Falta ainda dizer que a nossa semana de música começa já na Sexta-feira que vem, com fado no Pax Julia. Durante a semana vou divulgar o programa completo aqui no meu blog.

Post Scriptum: Há mais novidades no meu segundo blog....