terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Luís Santos

Impressiona-me como o piloto aviador Luís Santos lida com a situação por que passou. De uma forma calma explica como passou os últimos 14 meses na prisão na Venezuela. Eu pessoalmente não seria capaz. Provavelmente já me tinha ido abaixo com uma injustiça destas. Só porque desconfiou da carga que levou no avião dele. Mandou descarregar esta carga e chamou as autoridades. Mas num país reconhecidamente corrupto destes podia-se prever o desfecho. Ficaram com o avião, condenaram uma outra pessoa, também portuguesa, a nove anos de prisão. Segundo Luís Santos, ela é inocente. Ele próprio só ficou ilibado da acusação porque houve pressão internacional, a qual ele naturalmente agradece. Apenas critica o governo português pela intervenção tardia.
Mas esta situação fez me lembrar de um outro assunto. Por cá, alguém que observa um crime de qualquer natureza, por exemplo, uma tentativa de roubo ou só um toque num automóvel estacionado, não comunica este facto ás autoridades. Não porque se está nas tintas e não quer saber, mas sim, porque isto implica muitos incómodos. Além de recear represálias por parte do infractor, também vai ser chamado n vezes para ir depor, demorando por vezes anos. Por isso, mais vale olhar para o lado assobiando do que se meter em sarilhos. O sistema judicial português é o que é, para mim é uma das principais razões de Portugal não ir para a frente!

2 Comments:

At 23 dezembro, 2005 00:01, Anonymous Anónimo said...

Infelizmente Portugal por ter um sistema judicial que funciona tão mal, ou que por vezes não funciona mesmo, é um país que acaba por não ter qualquer autoridade moral para criticar o sistema judicial de outro país, mesmo que esse outro país seja a Venezuela. É triste mas é mesmo assim. Parece-me que em muitos aspectos o sistema judicial de Portugal poderá ser semelhante ao sistema judicial de um país como é o da Venezuela. Quantos presos preventivos não haverá em Portugal, e quantos desses presos não estarão também inocentes? Quantos? Amanhã poderá ser um cidadão da Venezuela que esteja numa situação parecida à do piloto português. Mas desta vez numa cadeia portuguesa. Será que o cidadão da Venezuela estará preso "só" 14 meses?...

 
At 23 dezembro, 2005 01:03, Blogger Zig said...

@anônimo
É verdade o que dizes, os 14 meses provavelmente seriam dois anos ou mais. Se acontecesse um caso semelhante no nosso país, havia certamente uma pequena diferença: o avião não ficaria cá!

 

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