segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Agressão

Agressões, seja de que tipo forem, são sempre reprováveis. Sejam verbais ou físicas. Quando ouvi que Mário Soares sofreu uma destas agressões, não gostei. Mas como estamos em pre-campanha eleitoral, parece que tudo vale. Já disseram, que em tempos, quando Soares só tinha oito porcento nas sondagens, aconteceram os distúrbios na Marinha Grande. Depois ele ganhou as eleições. Ou seja, sempre quando um candidato é agredido, ganha. Veja-se o caso de Rui Rio. Estranha forma de fazer política. Mas no caso de ontem, veja-se que não foi um “atrasado mental”, como designou o candidato o agressor. Foi uma pessoa que já deu muito ao país. Está revoltado, e com razão. Queira-se ou não, a descolonização foi mal feita, e ficaram danos irreparáveis, também psicológicas. Conheço muita gente que nem pode ouvir falar em Mário Soares ou em Almeida Santos. Curiosamente só se fala dos dez anos de governação chefiada por Cavaco Silva, então o tempo antes não conta? Posso não entender muita coisa sobre o tempo logo depois do 25 de Abril, mas que ainda hoje há feridas abertas, isso há.
Indiscutivelmente reprovável foi o caso do polícia morto no Algarve. Nas esquadras falta um pouco de tudo. Armas adequadas, material de telecomunicação moderno, carros de jeito e principalmente motivação. A moral dos polícias não era famosa, agora muito menos. Ainda por cima este “gang” é chefiado por um tipo que foi libertado faz poucas semanas. Não sei qual foi a razão da libertação, mas dá que pensar. Eu cá sabia o que fazer com tipos destes, mas vivemos num estado de direito, não é? Onde o agressor tem mais direitos que o agredido, não é? Assim não vamos longe, não senhor!