terça-feira, 12 de junho de 2007

Noite de Santo António

Cá vai a marcha, mais o meu par
Se eu não o trouxesse, quem o havia de aturar?
Não digas sim, não me digas não
Negócios de amor são sempre do coração
Já não há praça dos bailaricos
Tronos de luz no altar de manjericos
Mas tem a praça que foi da figueira
A gente cá vai quer queira ou não queira

Ó noite de Santo António
Ó Lisboa de encantar
De alcachofras a florir
De foguetes a estoirar
Enquanto os bairros cantarem
Enquanto houver arraiais
Enquanto houver Santo António
Lisboa não morre mais

Lisboa é sempre a namoradeira
Tantos derrices que até já fazem fileira
Não digas sim, não me digas não
Amar é destino, cantar é condão
Uma cantiga, uma aquarela
Um cravo aberto debruçado da janela
Lisboa linda do meu bairro antigo
Dá-me teu bracinho
Vem bailar comigo

Ó noite de Santo António
Ó Lisboa de encantar
De alcachofras a florir
De foguetes a estoirar
Enquanto os bairros cantarem
Enquanto houver arraiais
Enquanto houver Santo António
Lisboa não morre mais

(Grande Marcha de Lisboa de 1950)

Não sei porquê, mas tenho a estranha sensação que antigamente as Marchas de Lisboa eram algo mais genuíno, menos elitista, enfim, mais popular....

6 Comments:

At 13 junho, 2007 00:01, Anonymous Anónimo said...

Realmente é diícil fazer uma letra mais bonita.
E...aqui no Brasil escreve-se Antônio e não António.

 
At 13 junho, 2007 00:50, Blogger Zig said...

blogue da magui:
Obrigado pelo comentário!

É a força da antiguidade....

Essa do Antônio não sabia.

 
At 13 junho, 2007 11:59, Blogger jocasipe said...

De uma forma geral tudo era mais genuíno antigamente. Talvez seja este o preço do progresso...

 
At 13 junho, 2007 13:47, Blogger Zig said...

jocasipe:
Ou então, somos saudosistas!

 
At 13 junho, 2007 16:38, Blogger jocasipe said...

Sim. Acho que saudosistas somos todos os que conseguimos possuir o bastante "lastro" de vida. Espero que daqui a 40 anos tenha saudades dos dias de hoje, pois, hoje, tenho saudades dos dias de ontem. Mas, estou grato por ser testemunha desta mudança dos tempos. As saudades (palavra bem portuguesa) não invalidam o "prazer" de viver conscientemente o turbilhão do progresso. Perdem-se algumas coisas, outras se ganham. É a evolução da espécie, digo eu.

 
At 13 junho, 2007 23:30, Blogger Zig said...

jocasipe:
Basta estarmos vivos por muitos anos para termos saudades. Curiosamente, ou ainda bem, só tenho saudades dos tempos bons que felizmente já vivi....

 

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