(Des)governos....

Mais um estudo, desta vez de uma universidade. Mais um “projecto” lançado para comunicação social distribuir, mais um assunto polémico à espera da reacção do povo! Parece que está na moda, depois da polémica lançada em torno dos centros de saúde, toca agora aos tribunais. A fórmula é simples: poupar. Claro que essa fórmula vai ser embelezada com a necessidade em acabar com as pré-históricas comarcas (necessário), e com o melhoramento dos serviços prestados em alguns tribunais. Até a ordem dos advogados está de acordo, claro, por eles apenas quererem saber da população nos grandes centros urbanos onde essa justiça efectivamente irá melhorar (até ver....).

Ora, um dos tribunais a acabar e para ser substituído por um mero serviço de atendimento será o de Mértola, a “meia dúzia” de quilómetros de Beja! Segundo disse um defensor dessa medida hoje no telejornal na RTP2, o povo irá entender a melhoria do serviço e não se vai importar em ter que viajar mais alguns quilómetros extra! Pois, claro, esse senhor vive em Lisboa, ou nos arredores, onde os acessos normalmente são bons, e as distâncias são curtas. Mas, o concelho de Mértola é muito grande, há lugares onde essa viagem, até Beja, é de quase 100 km (Pomarão etc.)! Alguém, que não tem transporte próprio e que se tem de deslocar nos “abundantes” transportes públicos, vai ter mesmo a sensação desse melhoramento! Não me venham com essa!

Um outro caso estranho venho eu a observar já há muitos anos. A função pública tem pessoal mal colocado, ou mal distribuído, depende da forma de interpretar o problema. Já há alguns meses as administrações dessa função pública estão a elaborar listas de excedentários nos vários serviços, a começar pelo ministério da agricultura. Ora, os mais de dez mil (!) funcionários dessa casa irão ser reduzidos gradualmente para sete mil. De acordo com essa medida! Mas, em tempos houve um senhor, de nome Cavaco Silva que agora por acaso é Presidente da República, que quis implantar uma medida semelhante no seu governo de então. Nessa altura houve um enorme sururu por parte dos sindicatos, e agora, nada! Silêncio absoluto! Porquê?