segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Hoje...

Hoje é um dia estranho, tenho a sensação que tudo anda meio adormecido. Deve ser do tempo. Com a baixa de temperatura e a chuva o verão disse definitivamente adeus. Hoje vi pela primeira vez muita gente de casaco, curiosamente as temperaturas já tinham descidos já por uma ou outra vez também, mas continuava toda a gente a andar de manga curta. Hoje, não! Acabou o sol, começou a época mais triste. Mas a vida continua. Hoje várias notícias tiveram destaque. Desde da já anteriormente anunciada greve dos professores a partir de amanhã, de mais aparições na TV do ministro da saúde a dizer das suas, sobre o referendo de aborto e do (outra vez) aumento do petróleo, que aumentou novamente para perto dos 60 dólares por barril. É muita notícia junta, normal numa segunda-feira, vou por isso falar apenas de duas delas, da ocupação do teatro Rivoli no Porto e da apresentação do orçamento de estado pelo ministro das finanças.

Primeiro os “ocupas” do Porto. Após um espectáculo ontem à noite naquela sala emblemática da cidade invicta, alguns actores e até parte do público presente decidiram começar um protesto inédito, pelo menos no nosso país. Fecharam as portas do teatro pouco depois do espectáculo acabar, ninguém sai nem ninguém entra, salvo algumas excepções, claro. Até os trabalhadores regulares ficaram à porta, tiveram um dia de folga! Isso tudo porquê? Já há algum tempo a câmara municipal do Porto anunciou a privatização deste espaço, alegando ser muito dispendiosa a manutenção do Rivoli para o erário público. Mas, até hoje, a câmara nunca explicou em que moldes essa privatização se iria desenrolar. Temendo o enfraquecimento da oferta cultural neste palco ou até alguma especulação imobiliária, os ocupantes prometem não arredar pé até um representante dessa câmara explicar essa privatização. Bem, pessoalmente acho esta acção exagerada, vai ter consequências para todos os implicados. Para já, está em risco uma actuação de Luís Represas para amanhã cuja receita revertia para uma causa humanitária. É pena que os interesses de alguns se sobrepõem aos interesses dos que sofrem, além disso, em minha opinião, a câmara faz bem em privatizar aquele espaço, não faz sentido gastar aí milhões de € para satisfazer compromissos antigos. E claro, a ministra da cultura, que manteve uma grande disputa com o presidente desta autarquia, Rui Rio, perdeu uma óptima oportunidade de ter ficado calada. Disse que não pode interferir no assunto, mas pode ajudar onde lhe for possível, pois, ajuda uns, outros não! Como é o nosso caso....

Agora o orçamento do estado, ou melhor, a sua apresentação. Lembram-se dos anos passados em que várias pessoas carregavam pilhas de papel de um lado para o outro? Pois, esses tempos acabaram! Hoje em dia cabe tudo num – pen! Essa peça da informática assim designada pode ser ligada a qualquer computador, desde que tenha uma porta USB. Para começar, é um orçamento corajoso. Sejamos sinceros, nada de falsas críticas, esse orçamento, se cumprido, representa uma revolução em Portugal! O governo quer poupar principalmente na despesa pública, lógico, é aí onde o estado gasta mais dinheiro. Vai haver menos investimento público, nomeadamente nas obras públicas, facto já criticado pela oposição que teme o enfraquecimento da economia do país. Todos os ministérios sofrem uma redução na despesa, excepto o ministério da ciência e tecnologia devido ao já anunciado programa com o MIT. A despesa até vai cair na educação e na saúde. Errado, em meu ver. Na saúde pode se poupar, mas só nos sítios certos, como já tinha falado aqui. Fazem já conta com as receitas do aumento da participação nos gastos de saúde dos utentes nos hospitais, ou seja, fazem conta com o ovo ainda dentro da galinha. Para mim, nunca na vida as receitas vão atingir esse valor por eles estipulado. Por último, não sei onde e porquê vão cortar na educação! Essas despesas deviam é de aumentar, mas a serem gastos nos sítios certos, como por exemplo no ensino básico que, em minha opinião, continua muito a desejar!

Para quem tiver interesse em saber mais sobre essa proposta para o orçamento de estado cliquar aqui.

6 Comments:

At 17 outubro, 2006 19:57, Blogger Unknown said...

Em relação ao teatro, prefiro não me pronunciar, já que desconheço as razõe sde um lado e de outro...
Em relação ao orçamento, que dizer..´.são os interesses do estado a falar mais alto mais uma vez, e a população que se lixe.

 
At 17 outubro, 2006 23:52, Blogger Zig said...

cruzeiro:
Penso que a ocupação continua e o espectáculo de Luís Represas foi transferido para a Casa da Música. Bem, pode ser que com essa publicidade toda pelo menos esse espectáculo ficou a ganhar....

Apertar o cinto, pois. E a barriga deles a crescer....

 
At 18 outubro, 2006 00:41, Anonymous Anónimo said...

O Rui Rio é um idiota.! Sim! Um idiota!
Um perfeito Bimbo palerma convencido da importancia do seu nariz. Se os Medicis tivessem sido feitos ao seu perfil, não existiria um unico edificio em Florença digno de nota e de interesse. Quanto custaram na época? : Verdadeiras e infinitas fortunas. Que lucro trouxeram na época? Resposta: ZERO- Nada! Nadica de Nada. Mas promoveram a cultura, a arte, os artistas. Refinaram o gosto e a criatividade, porque o Homem é um pouco diferente do porco e vive não só do que come um palmo à frente do nariz. Há um céu infinito de azul que os poetas sonham e onde os Rui Rios deste mundo só vêem distâncias longinquas de mais para poder cobrar dividendos e impostos. Mas de forma irónica, o que era para ser um devaneio, aos olhos dos Rui Rios, passou a ser um imenso e lucrativo negócio.
Exemplos como o da Austria:
Viena de Austria tem uma imensidão de casas de espectaculos de corte clássico. Quanto dão de lucro? NADA!Mas no seu conjunto elas trazem para a cidade milhares e milhares de pessoas que consomem e deixam ficar imenso dinheiro nas infra estruturas turisticas, nos sistemas de transporte, restaurantes, hoteis etc. Os teatros de Viena não dão lucro. Nem sao para dar. Servem para fazer brilhar a cidade no seu conjunto e enriquecer o espirito de quem lá vive e vive dela e os que a visitam e que deixam ( a valência económica final) um imenso valor acrescentado na cidade. Voltando a Itália. Os "desperdicios e maus governos "dos Medicis, fazem também todos os dias crescer dinheiro nos bolsos dos que morando na cidade, oferecem o trabalho extraordinário do génio artistico humano aliado ao magistério da boa vontade aos que a visitam.
Paradigmaticamente, no dia em que um grupo corajoso ocupa o espaço do Rivoli no intuito de não deixar apagar o rasgo de luz na escuridão e mediocridade pimbas que tomaram este povo de assalto, Rui Rio idioticamente inaugura um tunel....
Melhor imagem eu não seria capaz de encontrar para ilustar as mentalidade dos que tudo enterram estupidamente numa cedência cega a valores que no fundo nada, mas mesmo nada valem...

 
At 18 outubro, 2006 00:58, Blogger Zig said...

contraciclo:
O povo é que o elegeu. Se é um idiota ou não, não sei. Não o conheço. Agora que está a acabar com o despercismo, lá isso está. Mas não podes comparar Viena da Áustria com Porto. Conheço Viena e é isso que dizes, cultura para o turismo. Mas Porto tem a (caríssima) Casa da Música! Eu até deveria de estar contra Rui Rio já que não gosta do FCP....

 
At 18 outubro, 2006 23:16, Anonymous Anónimo said...

@ Zig
Já que neste mundo só o dinheiro e o seu retorno contam, o lucro e ponto final, e todos os outros valores de nada valem pois só o dinheiro interessa, leve-se então essa filosofia de vida até ao fim:
Não há maior despesismo que criar um filho...

 
At 18 outubro, 2006 23:38, Blogger Zig said...

contraciclo:
Pois, por isso só "fiz" uma filhota. Mas podes crer que ela dá-me muito mais do que me custou!

 

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