Ruas - Compromisso - Rua

Texto publicado em simultâneo aqui e na Taberna dos Inconformados

Fernando Ruas da Associação Nacional de Municípios não se conforma. Diz se a nova lei do financiamento autárquico for aprovada ameaça cortar nas ajudas que os municípios costumam dar à entidades que normalmente se financiam através do governo, como PSP ou escolas. O governo através de um secretário de estado contrapõe dizendo que essas ameaças não passam de manobras políticas já que Fernando Ruas é político das listas do PSD. Seja como for, o dinheiro não chega para tudo. Os governos dos últimos anos exigem cada vez mais dos municípios mas dão cada vez menos verbas. Autofinanciem-se, diz o PS. Pois, mas se uma autarquia aplica em mais valias as verbas disponibilizadas pelo estado é logo penalizada. Financiamento bancário também é proibido. O que o governo quer é que as autarquias sejam apenas distribuidoras das verbas, antes de gastar um cêntimo, têm que perguntar ao governo....

Há um novo “papão” em Portugal, um novo grupo de malfeitores. Ligados ao grande capital, logo, maus e ricos, e que querem ajudar o nosso país a sair da crise. Falo da iniciativa Compromisso Portugal que quer estimular a economia portuguesa a nível empresarial. Quem os designa assim é naturalmente uma certa esquerda, à frente de todos a CGTP. Esse sindicato dependente do PCP classifica a proposta de reduzir em 200 mil trabalhadores a função pública como terrorista. Fugindo do grande capital como o diabo da água benta, esse sindicato critica tudo o que esse grupo propôs. Muitas dessas propostas, como a redução drástica da taxa de IRC, são algo exageradas e neste momento impraticáveis, mas não deixam de ter uma ponta de razão. A economia necessita de um estímulo, as empresas precisam de um impulso para se instalarem em Portugal, e empresas gerem riqueza e postos de trabalho, coisa que as constantes conversas e críticas contra o “grande capital” não gera certamente....

Por cá, na minha cidade, não entendi muito bem o sentido da participação na semana da mobilidade, culminando hoje com o dia sem carro. O município de Beja comemorou esse dia apenas com dois eventos, bastante simbólicos. O primeiro foi a inauguração de uma pista automóvel para crianças, bastante lúdica para essa faixa etária, mas pouco tem a ver com os automobilistas adultos, grupo esse que é o alvo principal deste dia. O segundo vivi de bem perto. Estava eu a circular calmamente (como sempre) pela cidade, quando me deparo repentinamente com um algo furioso agente da PSP numa mota pela frente, mandando-me parar! No meio de uma curva apertada, lá fiquei eu! Passou por mim uma coluna de ciclistas bastante extensa, mas em reduzido número. Muito bem, uma iniciativa interessante. Quer incentivar os automobilistas de deixarem o carro em casa e utilizar meios alternativos, como por exemplo, a bicicleta. Isso talvez resulte nos arredores de Beja, já que a cidade propriamente dita mal tem espaço para carros quanto mais para bicicletas. Alem disso, nem toda a gente tem capacidade física para superar o considerável desnível em altura entre a Praça da República e o bairro da Mira Serra, por exemplo. Qualquer das maneiras foi melhor que nada, ao menos fez a população ir à rua com essas luzes e sirenes todas....

Bom fim-de-semana!