Verde

Foi um fim-de-semana à maneira. Foi passado com a pessoa do sangue do meu sangue, autorizado devidamente pelo papel assinado em Dezembro último. Aproveitei bem este tempo, ajuda a ela e também a mim. Mas já lá vou.
Estive um pouco a ver o programa “Só Visto” na RTP1, transmitido depois do Jornal da Tarde no Domingo. Alusivo ao campeonato do mundo em futebol na Alemanha, passam por vezes alguns conselhos e frases em alemão. Mas hoje, só visto. Cada palavra tinha um erro, e a pronuncia então, só visto. “Für” é difícil de pronunciar, mas em televisão, deviam de arranjar uma pessoa que fale essa língua como deve de ser. Parecia Fuehrer, lembrando um tempo sombrio daquela nação. Ou então, cinto de segurança, Sicherheitsgurt, e não Sicherheitgurt. Em fim, pequenos pormenores, mas já que falem disso, ao menos que falem correctamente!!!
Páscoa. Confesso que nunca liguei muito à Páscoa. Não à essa Páscoa. A Páscoa dos ovos de chocolate e dos coelhos. Mas quando a Páscoa não for só um feriado aproveitado por milhares para passarem umas mini-férias, se for uma Páscoa festa da igreja, a principal aliás, uma festa da Crença e da existência de um Ser superior, então, essa já é a minha Páscoa. Não só neste fim-de-semana, cuja existência provém das contas dos antigos, não concordo com essa data. Essa Páscoa para mim existe sempre, tento levar o dia-a-dia assim.
Também não à essa Páscoa onde os telejornais abrem sempre com os relatos da GNR a contabilizar os mortos na estrada em mais uma campanha de segurança. Principalmente quando uma dessas vítimas foi uma pessoa conhecida do grande público. Em vez de noticiarem em primeiro lugar as actividades várias deste feriado, não, primeiro as desgraças!
A mesma coisa se passa com o Natal. Não é só prendas e férias, foi o nascimento de Cristo e é a festa da paz. O mundo ocidental consumista tem destas coisas, tem que ter sempre uma data, sempre um alento para consumir.
Voltando ao fim-de-semana. Passeei muito, meti muito “verde” no meu depósito, é que daqui a um ou dois meses está tudo castanho, tudo mais triste. Ontem depois de uma almoçarada, fomos à minha aldeia preferida, mais as nossas duas cadelas. Uma caminhada de oito quilómetros (sozinho, mas com as cadelas, grandes doidas, sempre a correr de um lado ao outro), depois uma ida aos “Canais”, um antigo e já desactivado moinho no Guadiana, que implica uma viagem em terra batida de carro, muito sinuoso, e uma pequena caminhada até ao rio numa grande descida. Claro, ficamos estafados, nós os quatro mais um primo dela. À noite, jantar aos “Chineses”. Nunca tinha lá entrado, gostei muito. Vou certamente voltar.
Hoje, McDonald’s, inevitável. Comemos lá fora, quando uma joaninha se aventurou no ketchup e claro, já não conseguia voar. Com muito cuidado tirámo-la deste molho, limpámo-lhe as asas, e com alguma insistência lá voou, feliz e contente. Depois, praia. Ela é doida por praia, eu nem por isso. Mas o quê é que não faz um pai para ver a filha contente. Estava lá quase ninguém, claro, estava frio na Praia de Melides, as cadelas também adoraram correndo nem umas malucas praia acima e abaixo. Isso sim, para mim, foi um fim-de-semana à maneira!