Antigamente....
Antigamente é que era bom, oiço muitas vezes dizer. Talvez. Claro, normalmente o que fica na memória, são as coisas boas. E é isso que ouvi esta noite. Música Pop portuguesa do início dos anos 80. Um programa na RTP1, subtilmente moderado por Júlio Isidro, de nome Febre de Sábado, para reviver os programas da Febre de Sábado de Manha. Passei esta noite a trabalhar, sair para quê e principalmente com quem? Nesta altura da minha vida, o que me valha são mesmo as minhas memórias. Era antes do “meu” tempo, claro, cheguei a Portugal em 1983, mas não pensem que só consumia música anglo-saxónica. Também ouvia música portuguesa. A primeira compra foi uma cassete de António Variações, não o conhecia, nem falava português nesta altura, mas gostei da música dele. Ouvia na rádio Lena dÁgua com o seu “Olha o robô” e outras, os Taxi e Heróis do Mar, os Trovante com Luís Represas, cheguei a comprar um disco (era de vinil, pretas e redondas, lembram-se?) de Jorge Palma e de António Sala, autografado por ele quanto a uma actuação dele na antiga Casa Alemã. Mais tarde, ainda estava eu na Base Aérea mas só saia com amigos portugueses, também ouvia Sérgio Godinho e Vitorino, vi o Rui Veloso em Moura, os GNR em Mértola perto do rio Guadiana e os Xutos e Pontapés em Brinches, imaginem. E claro, Carlos Baião. Estupidamente desaparecido num acidente de automóvel, canções como “Em Playback”, Pó de Arroz” e “Cindarella” oiço ainda hoje. Tive a oportunidade de assistir por duas vezes a um concerto dele em Almodôvar nos braços de uma namorada que eu tive lá, o quê é que será feito dela? Belas recordações, podem chamar-me saudosista, sou sim, porque tempos destes já não voltam!!!
6 Comments:
De facto um saudosista...Mas recordar é viver e eu ao ler o seu post recordei de um dia 1 de Junho, dia da criança, em que o meu pai chega a casa com um disco do Carlos Paião, onde estão os temas que referiu...Gostei :.
Sermos saudosistas nada tem de mal, desde que não vivamos em função do passado.
Cumprimentos :)
Engraçado, faço anos dia 1 de Junho, por isso sou uma eterna criança. Nesse dia, quando eu tinha entre 10 e 14 anos, o meu pai trazia-me sempre uma enorme tigela cheia de cerejas, até um dia fiquei tão enjoado que se acabaram estes frutos.
Ora, um saudosista, e ainda por cima uma eterna criança :). Adoro cerejas...então as do Fundão...lol
Um dia descobri que as ditas trazem, como chamam por estas bandas, "carne...Descobri que sempre que abri uma cereja...com ou sem "carne" acabava por não as comer...Comecei a ficar cansada e decidi não mais verificar o recheio das cerejas...lol
Ai...ai...e ainda temos uns mesinhos para as cerejas...hum...
Ter saudades é bom. Dá sabor à vida, ou sentido, tudo a mesma coisa. Principalmente em momentos aparentemente vazios de doçura.
Quando vejo cerejas, lembro-me do meu amigo que adorava cerejas. (Será que no céu há cerejas?)
Esqueci-me de assinar o comentário anterior.
Boa semana, zig.
[Inês]
Por falar em saudades. Já repararam, os sonhos são sempre de acontecimentos passados, muitas vezes as personagens misturam-se de várias épocas, até penso, que a principal razão da existência da saudade são os sonhos, não existia uma coisa sem a outra.
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