domingo, 31 de maio de 2009

Divulgação campanha de recolha de termómetros de mercúrio em Beja


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Campanha inédita recolhe termómetros de mercúrio em Beja

A Cooperativa Proletário Alentejano lança, no Dia Mundial da Criança, uma campanha de recolha de termómetros de mercúrio em troca, a custo zero, de termómetros digitais.
Apesar de já ser proibido o fabrico e comercialização de termómetros de mercúrio – pelo facto deste ser altamente tóxico para os seres humanos – e de a legislação portuguesa prever a sua substituição, não está ainda a funcionar em Portugal, junto do cidadão comum, nenhum plano de recolha dos tradicionais medidores de temperatura.
A campanha lançada pela Proletário é, assim, inédita no nosso país. Como parceiros neste projecto estão três alunos do curso de Saúde Ambiental (da Escola Superior de Saúde de Beja), a Ambimed, empresa de recolha e tratamento de resíduos, que se disponibilizou para efectuar a recolha sem quaisquer custos e a empresa Farsana (que comercializa a conhecida CHICCO) que aceitou disponibilizar termómetros digitais a preços simbólicos. Destaca-se que esta empresa, foi a primeira em Portugal, a deixar de comercializar termómetros de mercúrio, há 10 anos atrás.
Em nome do princípio de defesa do ambiente e de intervenção junto da comunidade onde se insere, a Cooperativa permite, assim, a troca gratuita de termómetros de mercúrio, por termómetros ambientalmente mais adequados.
A campanha é lançada no Dia Mundial da Criança como forma de assinalar a importância deste tipo de gestos tendo em conta uma maior segurança dos mais novos (os acidentes com termómetros derivam muitas vezes do manuseamento descuidado por crianças), e ainda em defesa de um ambiente mais limpo e mais saudável.
A Ambimed coloca, na Proletário Alentejano, dois ecopontos para recolha de termómetros de mercúrio que, quando cheios, são imediatamente substituídos.
Os alunos do curso de Saúde Ambiental, da Escola Superior de Saúde (Cátia Pereira, Rute Pereira e Simão Gomes) assumem como pressuposto da campanha facultar “informação à população de modo a promover a saúde pública e, no caso do mercúrio, proteger o ambiente”.
Pelo facto do mercúrio ser altamente tóxico para o ser humano, no caso de manuseamento, inalação ou ingestão, a Portaria nº 744-A/99, de 25 de Agosto, estabeleceu a necessidade de serem criados programas de redução e eliminação da poluição provocada pelo mercúrio. Entre as acções previstas, a portaria contemplava um plano de “recolha selectiva”, nomeadamente nos centros de saúde e nas unidades hospitalares através da disponibilização de ecopontos para o efeito. Também a nível europeu foi lançada uma directiva que estabelece a substituição progressiva do uso do mercúrio na UE até 2011.
No nosso país não terá sido ainda conseguida a necessária articulação entre entidades a este nível. Por outro lado, e dados os custos de tratamento do mercúrio, o cidadão comum não tem condições para, de forma isolada, fazer a entrega do tradicional termómetro de mercúrio e comprar um novo ambientalmente mais “limpo”.

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