Fim dos JO de Pequim

Na altura em que estou a ver o grandioso espectáculo da Cerimónia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, estou ao mesmo tempo algo farto de jogar o jogo da “apanha do gato”, onde, por vezes, deixo-o sair por já ter pena dele! Ao mesmo tempo estou a pensar se esse jogo (em que aparece um gato preto) terá tido alguma culpa no azar que tive ontem à noite. Para mais, tenho que esconder a carrinha para o tal larápio não a encontrar e para não se vingar nela! Infelizmente, o caso só pode começar a ser “resolvido” a partir de amanhã...

Voltando ao tema que está escrito no cabeçalho deste texto, os Jogos Olímpicos. Acabaram! Tudo tem um fim, até os mais bem organizados jogos de sempre, como alguém disse. Esse alguém certamente falou com razão, já que, a acreditar nas autoridades chinesas, foram gastos nesses jogos cerca de 27 mil milhões de €! Claro que para o bom desenrolar desses jogos terá contribuído a grande massa de voluntários chineses, já que são “mais que as mães”, como se diz por cá! A China fez desses jogos uma grande aposta, uma aposta ganha, diga-se de passagem. Claro que existe a questão do Tibete, claro que existem mais violações dos direitos humanos nesse gigante amarelo do que em qualquer outro lado desse nosso mundo, mas factos são factos, foram uns grandes jogos olímpicos!

Os grandes vencedores foram, desportivamente falando, os próprios chineses que arrecadaram a maior parte das medalhas de ouro. Como em tudo, o factor casa sempre ajuda, mas também não podemos esquecer que nesse país vive cerca de um sexto da população mundial! Como é sabido, esses jogos revelaram grandes talentos como Michael Phelps na natação e Usain Bolt no atletismo. Também houve muitos outros heróis que ganharam “apenas” uma medalha, mas em meu ver, todos que lá foram são heróis, só por conseguirem ter lá chegado! Infelizmente, nem toda a gente pensa assim!

15 milhões de €. Alegadamente, terá sido essa a soma pedida e gasta pela comitiva portuguesa nesses jogos. Os responsáveis afirmam que essa fora a soma total, soma que fora repartida em outras partes não menos importantes. Seja como for, a minha pessoa não critica esse valor, muito pelo contrário. Até a acho pouco, comparando ao que outros países gastam. Mas esses outros países também têm outras fontes de rendimento, mas isso já é outra história. O que eu critico é o facto de ter sido prometido, dentro do protocolo estabelecido com o governo português e depois em declarações públicas de responsáveis da comitiva olímpica, 4 medalhas nesses jogos! Como se isso fosse possível! Desportivamente poderia ser uma meta a alcançar, mas não se pode prometer à partida um resultado desses!

Claro, quando começaram as primeiras decepções, a culpa já fora dos atletas e das suas pouco felizes palavras, ditas ainda a quente pouco depois das provas falhadas. Depois da medalha de prata no Triatlo feminino, a “coisa” começou a melhorar um pouco. A seguir do falhanço de Naide Gomes (toda a gente pode ter um dia mau!) começou a falar-se de demissões de alguns responsáveis, para que depois da medalha de ouro de Nelson Évora esses jogos se transformarem repentinamente nos melhores jogos de sempre para as cores portugueses! Estranho, muito estranho esse país em que vivemos, onde apenas contam as aparências, as palavras e os resultados finais! Espero que os responsáveis (que aparentemente se mantêm no cargo) aprendem com os erros e começam desde já a preparar os próximos jogos em Londres, em 2012, e sem grandes promessas. Até lá!