Soneto do único amor
Fios de ouro na voz e nos cabelos;
Andar, o andar do ar, se o ar andasse;
Olhos azuis horizontais e belos
Como se a luz do mar os inventasse:
Recordações sem conto se porfiam
Em desgastar no tempo o fio ardente
E inquebrantável, onde morriam
Desde o início, futuro e presente.
Fria talvez, de chama que morreu,
Muito anterior à Terra; o corpo de ave
Plácida e presa, deusa que desceu
E quebrou portas que não tinham chave:
Essa a medusa que eu fitei sem esperança,
Praia sem água, vida sem mudança.
(Alberto de Lacerda)
2 Comments:
lendo poesia...divulgo poesia... Miguel Torga musicado por Joaquim dos Santos...espero que gostem...
www.maestrojoaquimdossantos.blogspot.com
ou...
http://br.youtube.com/results?search_query=joaquim+dos+santos+miguel+torga&search_type=&aq=f
ndk:
Pelas suas palavras isto promete! Mais logo à noite irei visitar o seu blog.
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