25 Anos

É hoje, o tal dia em que faz 25 anos quando este país à beira-mar plantado me avistou pela primeira vez. Mas, e ao contrário do anunciado, não vai haver hoje poemas nem prosa, e muito menos festejos, as minhas desculpas. É um dia como outro qualquer, com a mesma rotina chata de todos os dias da semana!

Pois, festejar o quê! Assinalar as bodas de prata com o quê! Foram 25 anos à busca do mesmo, sem nunca o ter realmente conseguido! Sim, já tive de tudo, já vivi muito bem, (quase) sem preocupações, com um aparente bom futuro pela frente! Já tive de tudo que um homem pode desejar.

E hoje? O que resta desta esperança? Quase nada! Estou 25 anos mais velho, embora mais experiente. Já tinha dito aqui muitas vezes, a única coisa realmente positiva que me aconteceu nestes anos é o nascimento da minha filha, sem ela quase de certeza já não estaria por cá, ou então, as coisas estariam ainda muito piores! Mas, porquê é que as coisas andam assim? Quem é o culpado? Eu! Quem mais podia ser! Sou assim, fizeram-me assim, mas, também, mudar para quê? Sigo os meus princípios, vou andando até à meta imaginária, mas sem meta à vista, afastando-me aparentemente cada vez mais dela!

Podia estar melhor, eu sei. Podia aproveitar-me de certas oportunidades, podia estar muito melhor neste momento pelo menos a nível material. Podia andar por aí “plantado” num belo carro, “instalado” numa bela casa, e depois? Já não seria eu nesses lugares. Mentia-me a mim mesmo! Deixava de ser a pessoa apaixonada que sou. Deixava que a cabeça se sobrepunha ao coração! “És parvo, és teimoso”! Já ouvi de tudo isto! Ok, sou parvo, sou teimoso, mas sou eu, sou o verdadeiro Zig, gosto de quem gosto, assumo esta paixão, sou assim, e quero ser assim para o resto da minha vida...