Histórias da minha Vida II

Vou dar hoje continuidade às histórias da minha vida. É curioso! Desde que comecei a relatar aqui essas histórias vêm me lembranças à cabeça como nunca. E tão claro como se fosse ontem, mas já passaram mais de 40 anos....

Da casa onde nasci só me lembro de uma cena, poderá, só vivi lá os primeiros três anos da minha vida. Eu era uma criança calma, só comia, bebia e brincava. Deve ter sido, segundo as minhas contas, no Natal de 1962, o meu irmão tinha um ano de vida, ainda não andava e estava sempre a chorar. Não se calava, dentro do berço, e hoje é a pessoa mais calma que há! É o oposto de mim. Voltando à cena natalícia. Portanto, tinha eu dois anos e meio, os meus pais ofereceram-me uma casa de Legos. Vermelha, com telhado e três janelas mais porta de entrada. Consegui juntar as peças todas sozinho! Bem, e hoje nem sequer sou engenheiro! É mesmo a lembrança mais antiga que tenho. As peças de Lego ainda existem hoje, misturados numa caixa enorme com outras peças que adquiríamos ao longo dos anos. Está tudo na casa do meu irmão, ele é viciado em Legos. Se ainda tivéssemos a caixa dessa casa valeria uma fortuna. Ele compra e vende Legos no e-bay, existe uma verdadeira legião de fãs pelo mundo. O meu irmão especializou-se nos comboios da Lego, sabe tudo sobre modelos, cores etc.

A lembrança mais ternurenta que tenho sobre a vida em Uhingen/Fils, a cidade que me viu nascer, é uma foto minha tirada pelo meu pai, tinha eu pouco mais de um ano. No meu divórcio atribulado e respectiva mudança de casa a foto deve estar algures, acho que não se perdeu, se a encontrar vou publicá-la aqui! Tinha eu cabelos encaracolados loiros, sorria como se fosse mesmo para uma foto e estava sentado numa cadeira própria para criança que se usava na altura. Branca, de madeira e alta para se sentar à mesa para comer. Bem, com essa foto o meu pai concorreu a um concurso de fotografia na cidade de Göppingen, a uns quilómetros da minha cidade natal. Ganhou o primeiro prémio! A foto foi ampliada e decorou a montra dessa loja de fotografia por largos meses, eu era uma estrela! O prémio era uma máquina fotográfica, uma Voigtländer, uma máquina que custava mais de três ordenados mensais do meu pai! Pois, essa máquina teve um fim triste! O meu pai deu-me essa máquina quando me mudava para Portugal. Uma vez esqueci-me dessa máquina num carro de um amigo, estava estacionado dentro da zona restrita da base de Beja, pois, o carro foi assaltado e a máquina foi-se....

No próximo fim-de-semana vou falar sobre a vida na minha segunda morada, em Eislingen/Fils, a poucos quilómetros da primeira. São tantas, as lembranças deste local, que um post não vai chegar. Vivi lá até a primavera de 1967, mudamos pouco depois do nascimento da minha segunda irmã. Pois, somos quatro....
Até lá!

Neste fim-de-semana não há actualização no meu blog zig-risos. Mas quem não o conhece pode sempre visitá-lo!