sábado, 27 de maio de 2006

Civismo

Texto publicado aqui e na Taberna dos Inconformados

Podia estar a escrever hoje sobre muitos assuntos, sobre a crise económica, sobre o governo ou sobre o reaparecimento da violência em Timor-Leste. Mas há pouco fui ultrapassado por um objecto voador muito bem identificado, uma mota quatro. Além de fazer um ruído ensurdecedor, necessitou da rua toda, escorregando de um lado para o outro. Não é a primeira vez que vejo isto. É falta de civismo puro e duro, absolutamente inaceitável. Claro, também cometo erros, faço asneiras e as vezes (poucas) abuso com a velocidade. Mas tudo dentro de um certo limite. Agora isto? Não sei bem qual é neste momento a legislação sobre o ruído. Porque estas motos ultrapassam esse limite de certeza. Mesmo com um polícia ao lado, com as vergonhosas motos deles nunca os conseguiriam alcançar. Agora para multar a malta, aí estão sempre prontos, multa para estacionamento ou por se ter esquecido dos papeis do carro, eficiência a cem porcento! Bem, também duvido que tenham um aparelho de medição do ruído, pelo menos aqui em Beja.
Porque este facto, o ruído, nos separa de um país civilizado como uma Suíça ou uma Alemanha. Ainda se vêm aos montes essas motorizadas com o escape tirado, por exemplo há uma que todas as madrugadas acorda as ruas todas por onde passa até ao Castelo, para lá vender hortaliça, e aí já é o Senhor não sei quantos. Agora que empesta as ruas, disso ninguém se rala. Estou revoltado, sim! Estou inconformado, sim. Imaginem um estrangeiro que vem para Beja para passar férias e quer ficar no Parque de Campismo ou num Hotel. Vendo esses malucos a circular pelas ruas ruidosamente fica com uma óptima impressão de Beja, ou de Portugal. Acham que volta? Certamente que não.
Ainda outro aspecto que me revolta. Os automóveis do primeiro Boom do Diesel, principalmente de baixa cilindrada e já com oito ou dez anos, muitas vezes deitam um cheiro insuportável pelo escape fora. Não sei para quê é que existe um Centro de Inspecção de Veículos, curto CIV, mas algo está errado, vejo alguns carros há anos com esse defeito. É extremamente desagradável circular atrás de um carro desses, com o calor que aí vem, ter que fechar os vidros, já que o meu carro não tem ar-condicionado. Por falar nisso. Cada vez que o calor aparece, há uma nova espécie no mundo. Os “ar-condicionadomaníacos”. Facilmente detectáveis pela marcha lenta e pelos vidros fechados, conduzindo com um ar descontraído. Ao contrário, os seguidores. Vidro aberto, língua de fora e cabeça vermelha de tanta irritação.
Pronto, normalmente não sou assim, mas tinha que dizer isso. Que me desculpem, como estamos numa taberna, hoje e pela primeira vez, dou uma rodada, pago eu, peçam o que quiserem!

Fiquem bem e bom fim-de-semana!

2 Comments:

At 27 maio, 2006 11:31, Blogger Abade.anacleto said...

Subscrevo completamente Zig. Há excesso de zelo em certas infracções e um desprezo total por outras como é o caso do ruído.
Em relação ao ar condicionado, acho giro que ainda hajam pessoas que se sentem o Ego engrandecido por terem ar condicionado no carro (risos), mas enfim, o pior é prejudicarem os outros.
Um abraço.

 
At 27 maio, 2006 23:33, Blogger Zig said...

abade.anacleto:
É verdade, os "multadores" pegam mais naqueles que estão à mão, para terem menos trabalho. Também, desmotivados e mal pagos como estão, até compreendo.
Pessoalmente nem podia estar num carro com ar-condicionado, seria gripe certa. O calor não me afecta muito, agora os cheiros, já é outra coisa.

 

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