sábado, 4 de fevereiro de 2006

Greve

Foi um êxito, não, não a greve, mas sim a nossa noite de fados que durou até ás tantas. Ajudei um pouco no bar, servir whisky, cervejas e sumos. Realmente, admiro as minhas colegas da associação. Conseguiram só com o esforço delas realizar um belo espectáculo, tudo em nome do amor aos animais. Os meus parabéns!
Ora, agora a dita greve. Que fique muito bem claro, não tenho nada contra greves! É um direito que os trabalhadores têm, faz parte da sociedade democrática, e ainda bem!
Mas ontem, ao levar a minha filha á escola, ela surpreendeu-me a dizer, olha pai, hoje há outra vez greve! Greve de quê? Perguntei eu. Não sei, disseram-me.
Pronto, não sei quantas greves já houve este ano lectivo, mas parece que acontece sempre quando ela tem algum teste. Aparentemente, a greve de ontem não afectou muito a escola dela. A seguir, ao conduzir até a minha oficina, ouvi na rádio, na Antena 1, um programa onde qualquer ouvinte pode intervir. Falaram precisamente dessa greve. Vou aqui escrever sobre o que disse um destes ouvintes, não é bem a minha opinião, e gostava que vocês me dessem a vossa opinião.
Disse, os funcionários públicos ganham bem, comparadamente com outros sectores, nomeadamente operadores fabris no sector privado, porque a greve é sobre o descontentamento do aumento salarial. Podem fazer greve á vontade, porque têm o posto de trabalho assegurado, ninguém o pode por na rua, no privado já não é assim. Ganham bem, mas como se metem em demasia em compras de casa, carro, férias, mobílias etc. o dinheiro não chega. Porquê? Porque os bancos dão empréstimos preferencialmente a trabalhadores desses, porque têm o ordenado garantido. Pessoas que, por exemplo, trabalham por conta própria (onde eu me incluo) têm muitas dificuldades em fazer um empréstimo, necessitando dum fiador ou garantias bancárias. Também há razões políticas. O partido comunista está, como é sabido, muito ligado á CGTP, e foi também desta vez o grande mobilizador desta greve e da manifestação de ontem em Lisboa. Querem sempre mais, se o estado da 2, eles querem 5. Se oferecerem 3, eles pedem 6. Nunca estão contentes, só por questões políticas.
Gostava mesmo de ouvir a vossa opinião sobre este assunto, podem meter comentários anónimos, não me importo tal como nunca me importei, não faço “tracking” para ver quem foi, não é a minha maneira de estar na blogosfera.

9 Comments:

At 05 fevereiro, 2006 19:52, Blogger Unknown said...

Sinceramente não sei em que país vive esse senhor ma de certeza que não é em Portugal!
Eu sou funcionária pública mas sou contratada!
Partindo do princípio que esse senhor não é professor, não deve saber o que é andar uma vida inteira a receber mal e a ser maltratado por tudo e por nada.
O professor nem sequer pode comprar casa porque não sabe se no ano seguinte fica colocado no Porto, em Beja ou (como eu) na Madeira!
Acredito que para alguns funcionários públicos haja excepções mas colocar todos no mesmo saco não acho bem.
Em suma estou de acordo que o aumento salarial é muito baixo comparativamente à inflacção que se faz sentir neste nosso país em "crise".

 
At 06 fevereiro, 2006 00:07, Blogger Zig said...

@trequita
Sei perfeitamente qua a vida de professor não é fácil, tenho muitos amigos que têm esta profissão. O ser maravilhoso que ocupa o meu coração também é professora.
Não sei como vocês aguentam. Mandam-vos aonde lhes apatecer, mudam constantemente a lei da educação, e como se não bastasse, muitas vezes têm de substituir os pais dos alunos, dando-lhes o amor que não têm dos pais. Para não falar do baixo vencimento, dos milhares de professores desempregados etc.

 
At 07 fevereiro, 2006 10:33, Anonymous Anónimo said...

Penso que os sindicatos da FP 'abusam' da situação. Só lhes interessa o protagonismo político, porque a sua força consiste em criar espectáculo, organizar manifestações.
O resultado é uma função pública descredibilizada, quando não odiada pelos trabalhadores, incluindo os próprios trabalhadores da funcão pública.
[Inês]

 
At 07 fevereiro, 2006 23:58, Blogger Zig said...

@Inês
O maior problema dos sucessivos governos é que são inconstantes nas políticas. Ora vem a paixão pela educação, ora a mania do défice ou das reformas, anunciadas sempre em alta voz para acabar normalmente numa reformazinha. Dependendo em demasia da cor política, das nomeacões e dos job’s for the boy’s. Assim não há escola e sistema educativo que resista.
Os sindicatos estão demasiadamente politizados. Sempre contra qualquer proposta do lado do patronato, querem, como tu dizes, protagonismo. Quando há uma vigília numa fábrica, uma manifestação de qualquer tipo, lá estão eles. Gostam muito de aparecer na TV, gostam de se ouvir falar. No entanto, muitas vezes, e infelizmente, é o único recurso que um trabalhador tem, quando é injustiçado. Claro que existe o tribunal de trabalho, mas para fazerem se ouvir, nada melhor que os sindicatos.

 
At 07 fevereiro, 2006 23:59, Anonymous Anónimo said...

Pois, pois. E eu como militar que sou e que muito orgulho tenho de o ser, não posso e nem devo fazer greve.
Portanto, como me podem chamar de funcionario publico??!!
Não é bem o topico mas aproveitei para deixar umas palavras de indignação. Bem que gostaria de falar mais massss...não posso.
Viva Portugal, abaixo os portoguesões!!!!
Assinado, Anonimo como é óbvio.

 
At 08 fevereiro, 2006 00:03, Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa pelo erro, queria dizer Portuguesões

 
At 08 fevereiro, 2006 00:08, Anonymous Anónimo said...

Glossario:
Portuguesões- Aqueles que enchem o papo à custa do Zé Povinho. :-)

Claro, o anónimo quem mais??!

 
At 08 fevereiro, 2006 00:12, Blogger Zig said...

@militar
Compreendo que não podes dizer o nome, mas vocês têm muitas maneiras de se fazer ouvir. Podem fazer greves pacíficas, greves de zelo etc. Não é necessário irem para a rua.
Parece que estou enganado, nem todo o funcionário público pode fazer greve, como por exemplo, a polícia.

 
At 08 fevereiro, 2006 00:30, Anonymous Anónimo said...

Está enganado meu caro.
Afinal não tem estado assim tão atento às noticias nos media.

Peço desculpa, mas como só tenho segundos para o "espaço de antena",terei de por aqui ficar.
Só tenho o tempo necessario para pensar mas não o tempo para expôr o pensamento.
Cumps.

 

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