Ensemble Contemporaneus em Beja
Pela primeira vez neste meu já longo historial de críticas a espectáculos não sei como começar. Podia iniciar este texto com o habitual, ou seja, apareceu pouca gente para ver o Ensemble Contemporaneus no nosso Pax Julia – Teatro Municipal, ou então, que fora um concerto diferente a tudo que já tinha visto, ou ainda, que há bons compositores de música erudita em Portugal. Tudo isso é verdade! Certo, é um concerto pouco chamativo para o grande público, é dirigido para um espectador específico, àquele que tem a ver com este tipo de música, porém, pouca gente das forças vivas musicais da nossa cidade por lá apareceu, curiosamente. Certo, é português, e é contemporâneo, tal como o nome do conjunto indica. Ou seja, é música nova, talvez algo estranha, sem melodia que se pegue, o que nem sempre é mau, em meu ver. É um sinal que a música erudita actual existe em Portugal, algo que talvez não se estivesse à espera. Certo, ao ouvir a expressão “música clássica” se pensa logo nas grandes obras de Mozart, Bach e companhia, mas não, existe música moderna deste estilo, escrita por portugueses e para portugueses, e não só!
Pronto, já entenderam, andei um pouco aos “papéis” neste concerto. Certo, foram peças bem tocadas, tirando os minutos iniciais, como já vai sendo habitual neste palco. Maioritariamente jovens músicos, apresentaram quatro obras de outros tantos compositores portugueses da actualidade, a primeira fora mesmo em estreia absoluta, com o próprio compositor presente na plateia. Foram quatro peças bastante diferentes entre si, com uma diversidade surpreendente, quase a roçar ao virtuosismo, fazendo aparecer várias sensações neste palco, contemporâneo, portanto. Certo, neste tipo de música já fora quase tudo inventado, pois quem hoje em dia pega num papel vazio tem de compor algo de novo, tentando surpreender com algo nunca visto. Pois o tempo dirá se daqui a algumas dezenas de anos esses compositores ainda serão recordados. Pois então, estamos a falar de música clássica, antiga portanto, mas também contemporânea!
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Etiquetas: Crítica a Espectáculos, Opinião
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