domingo, 9 de janeiro de 2011

Soneto de Inverno




Madrugada...muito tarde na vida!
os gélidos ventos da solidão,
arrastam os passos da dura lida,
e espalham as saudades pelo chão.

nas mãos morenas e nuas de esperanças,
luvas de lãs vermelhas aquecem,
o que alma e coração não esquecem:
dores d’amores ou velhas lembranças.

com face rubra de vergonha e frio,
envolta no gorro de abas viradas,
reflicto na água gelada do rio...

senhor Deus, escute meu triste apelo:
no inverno, lágrimas enclausuradas,
não tarde para mandar-me o degelo!

(Betha M. Costa)
.

Etiquetas: ,