Televisão em Portugal

Ontem foi dia de mais um Pros e Contras na RTP. O tema não podia ter sido melhor escolhido, como aliás quase sempre acontece. No “rescaldo” da semana em que essa estação pública comemorou 50 anos de existência, falou-se sobre a televisão em Portugal. No palco, para além da (cada vez melhor) apresentadora do programa Fátima Campos Ferreira, estiveram o “patrão” da SIC Francisco Pinto Balsemão (honra lhe seja feita para se meter “na boca do lobo....”), um antigo ministro e na altura acusado “carrasco” da RTP Nuno Morais Sarmento, o actual ministro da tutela Augusto Santos Silva e o presidente da RTP Almeirindo Marques. Na plateia, entre muitos, Rui Teixeira da Motta, que preside uma associação de telespectadores.

Infelizmente não vi o programa todo, mas penso que esse último teve a intervenção da noite. Chamou de “estupificação” a monotonia das telenovelas nos canais privados. Certo e correcto. Mas depois disse algo que não estou de acordo. Disse que o trabalhador português, depois de um dia difícil de trabalho e muitas horas passadas em transportes, ao chegar à casa depara-se com ilusões e mundos fictícios que não o ajudam de maneira nenhuma. Mas, em meu ver, é isso mesmo que o espectador habitual das novelas quer! Fugir às dificuldades, libertar-se do dia-a-dia! Não lhe apetece de maneira nenhuma ouvir de política, questões ambientais ou de mais chatices sobre a vida difícil que temos em Portugal.

No entanto, há que se encontrar um certo equilíbrio, de encontrar programas que vão de encontro às duas exigências: entretenimento e aprendizagem. É complicado, normalmente o “fácil” impera, e a habitual letargia portuguesa também não ajuda. Um programa que vai ao encontro dessas exigências é o “Portugal – Um retrato social” que começa a ser transmitido na RTP a partir da semana que vem, dia 27 de Março, em horário nobre! Uma equipa liderada por António Barreto corre o país de Norte ao Sul a procura do português típico, da sua maneira de ser e de estar na sociedade, para comparar o que mudou nos portugueses nos últimos cinquenta anos. A ler melhor aqui