Raças Perigosas - Licenças - Mar

Ontem o país ficou chocado com a notícia da morte de uma Ucraniana de 60 anos provocada por um ataque de quatro cães de assim considerada raça perigosa. Os cães conseguiram fugir da quinta na qual estavam presos, e sem que nada o fizesse prever, atacaram essa senhora. Na chegada da polícia os cães guardaram o corpo como se fosse propriedade deles....

É um assunto polémico na nossa sociedade, essa designação “raças perigosas”. Porque, em nosso (associação) ver, os cães à nascença são seres dóceis, e só os “ensinamentos” de pessoas sem escrúpulos os faz de perigosos. A lei está clara: Todas os cães das consideradas raças perigosas têm que estar registados como tal, e nunca podem andar na rua sozinhos, o que, claro, não aconteceu no caso acima descrito!

A lei também diz que os cães que atacam uma pessoa vão ser abatidos! Mas o quê é que acontece aos verdadeiros culpados desta situação, aos donos desses animais? Muito pouco, certamente! Em Portugal há ca de 4500 cães registados dessas raças, e em Beja? Oito....

Um outro tipo de registo, ou de licença, necessitam todo o tipo de estabelecimento aberto ao público, e também os consultórios de todo o tipo da área da saúde. Soube-se ontem que, por exemplo, 83% dos consultórios dentários carecem dessas licenças e até alguns laboratórios não têm essa exigência legal! Parece chocante, mas visto por perto, não o é! É que, para serem licenciados, tem que haver equipas que fiscalizam esses locais, mas por falta de verbas ou pessoal muitas vezes nem sequer essas equipas são constituídas! E mais! Para pedir um licenciamento tem de haver um formulário. Pois, em muitos casos, nem isso existe....

O post já vai longo, por isso, apenas mais uma questão. Nos últimos dias os noticiários abriam com os estragos provocados pelo mau tempo na costa da Caparica. Acusações para aqui, promessas dadas por ali. Mas uma coisa é certa! O mar avança, é um facto sem discussão. É algo que já se sabe há muito tempo, mas os “sequiosos” de praia, os estressados lisboetas que querem um lugar ao sol mesmo ali à porta de casa deveriam mas é preocupar-se em arranjá-lo mais terra dentro do que gritarem por mais meios para protecção desse lugar. É que, vão se gastar rios de dinheiro que sairá do erário público, para quê? Para satisfazer umas centenas de campistas que não querem arredar pé dali! Por outro lado, Portugal com os seus 800 km de costa não tem um observatório para medir os avanços e recuos do mar, não há estudos oficiais que comprovam com certeza quantos metros nas últimas décadas o mar já entrou terra dentro, e consequentemente quais são as medidas a tomar....