sábado, 11 de setembro de 2010

Cruzes

Nossos destinos sempre tão incertos, tão difíceis de serem atravessados. Só há uma forma de enfrentá-los, acreditando que tudo é possível, que aquilo que não está bom pode ser consertado e o que vai bem pode ser melhorado.
As cargas que carregamos, por vezes, são tão pesadas que nos fazem pensar em desistir de tudo, outras vezes nos impulsionam a nos livrarmos delas.
Mas em que momento das nossas vidas nos tornamos indispensáveis na vida dos outros?
Será que são eles que determinam isso ou somos nós mesmos que nos atiramos rumo a essa árdua tarefa?
As pessoas não têm que ser responsáveis por ninguém, com excepção de seus filhos menores.
Cada um leva a vida que lhes foi predestinada e em muitos casos a vida que escolheu viver, portanto, que assumam suas fraquezas e incapacidades.
Acontece que ficamos achando que temos que assumir tudo, carregar os problemas dos outros nas costas, aliviá-los da sua carga negativa e da sua infelicidade.
Não somos Deus, não temos esse poder, não conseguimos mudar nada na vida de ninguém pois cada um vem com um destino traçado para enfrentar e sua cruz para carregar.
Mas certas pessoas se acham responsáveis pelo destino dos outros, acham que podem e devem solucionar todos os problemas que surgem.
Não podem!
E numa altura dessas onde vão parar as suas próprias cargas?
Em que pé fica a sua própria vida?
Onde se escondem seus sonhos, suas realizações, seus desejos mais íntimos?
Onde vai parar o seu próprio destino se ele o transformou em um apêndice do destino de terceiros?
A vida não volta atrás pra nos resgatar, o tempo que perdemos não pode ser recuperado.
Os sonhos têm prazo de validade para serem realizados, as conquistas têm tempo determinado para serem alcançadas.
A vida pode ser comparada a uma maratona e passa como num sopro, quando percebemos já é amanhã, já chegou o futuro e no futuro muitas coisas já não podem ser realizadas.
Acho que Deus deve ter definido, antes de nos colocar no mundo, que por alguma razão não cabe a nós desvendar, cada ser humano viria com sua própria cruz para carregar.
O peso de cada uma delas seria diferente e o tamanho, também, e sabe-se lá por qual motivo, mas é óbvio que existe o tal motivo.
Seja solidário, prestativo, amoroso com aqueles que o cercam, mas entenda que você só pode carregar a sua própria cruz.
Seus ombros não foram talhados para suportar o peso da cruz de terceiros.
Aprendi tudo isso meio tarde na minha vida, a duras penas, precisei carregar muitas cruzes que não eram minhas, me ferir, me violentar, deixar a minha própria cruz de lado, enquanto ninguém a carregou por mim, e só aí entendi que cada um tem a sua vida e os seus problemas.
Nem mesmo pais, filhos, irmãos, grandes amigos, casais podem fazer parceria na hora de suas derrotas e tristezas.
Cada um de nós tem a responsabilidade de assumir o peso da cruz que nos foi designada e os que nos amam podem, apenas, ser solidários nos momentos difíceis de nossas vidas.
Viva a sua vida, não tente viver as dos outros pois elas não lhe pertencem.
O único que tinha ombros extremamente fortes e largos a ponto de suportar o peso de toda e qualquer cruz, foi...
Jesus!

(Silvana Duboc)
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2 Comments:

At 11 setembro, 2010 02:11, Anonymous Anónimo said...

Simplesmente lindo!!! Cris vanc. canadá

 
At 11 setembro, 2010 13:07, Blogger Zig said...

Cristina:

É daqueles textos que entra mesmo bem cá dentro :)

 

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