quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Voz


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Às vezes, há uma voz que se levanta
Mais alta do que o mundo e do que nós
E faz chover-me os olhos quando canta
Num pranto que emudece a minha voz

Afunda-me os sentidos e o tempo
Ao ponto mais distante do que sou
E abraça aquele lugar que tão cinzento
Se esconde sob a névoa que ficou

E grita-me no peito quando sente
Chegar a face triste de um amor
Mais alta do que o mundo e do que a gente
A voz já não é voz, chama-se dor

(Diogo Clemente)
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