sexta-feira, 5 de março de 2010

A Vizinhança

Todos nós temos, ou já tivemos vizinhos! Há umas boas décadas, esses vizinhos eram vizinhos no bom sentido da palavra, todos se conheciam e se cumprimentaram na rua de longe! E hoje? Precisamente o contrário. A maior parte da população se “enfia” em condomínios e quase nunca chegam a conhecer as pessoas que moram por cima, ou por baixo da sua casa, e muito raramente também quem habita com eles no mesmo andar!

Há pouco recebi por mail uma espécie de estudo que alguém está a fazer sobre o “típico” vizinho, aquele que não se conhece, ou melhor, aquele que se conhece apenas pelos estranhos hábitos que desenvolvem ou pelos ruídos que trespassam as muitas vezes finas paredes das casas de hoje em dia!

Esse estudo “divide” em várias categorias essa estranha vizinhança:


Homus Vizinhus Cowboy
Aquele que, tendo decidido deixar o melhor país do mundo (leia-se USA, embora eu não partilhe desta opinião...), por razões que só o coração pode justificar, gosta de passar os seus serões junto do seu companheiro a ver antigos filmes de índios e cowboys. Até aqui, tudo bem, não fosse o senhor ser quase totalmente surdo. Foram longos os anos em que adormeci ao som relaxante de tiros de rifles, gritos de stupid índios em fúria, com muitos yyeehhhs! e yaaahhhs! a acompanhar a acção. Cheguei a desconfiar que no andar de cima não estivessem realmente a prestar muita atenção ao filme.

Homus Vizinhus Higiénico
Aquele que, depois de uma boa noite de descanso, é incapaz de sair da casa sem uma completa sessão de limpeza corporal por fora e por dentro. A este Homus Vizinhus não chega o duche. Depois de abandonar a banheira, passa pelo menos 15 minutos a assoar-se, outros 15 a expelir toda a expectoração acumulada durante o sono e minutos a esfregar furiosamente o piaçaba na sanita, depois de alguns minutos de silêncio seguido e um "plof"! Este vizinho despeja o autoclismo pelo menos cinco vezes em pouco mais de meia hora.

Homus Vizinhus Louco
Aquele que, nunca tendo constituído família, insiste em envelhecer com a mãe já à beira do centenário. Passam o dia em animada gritaria, nomeadamente, e passo a citar, "estou farto da velha".
O filho, como podem imaginar, está também ele passado dos miolos e exibe na rua os braços em chagas arranhados pela unhas da mãe que não quis tomar banho e que nunca conseguirá enfiar na banheira. A mãe, por sua vez, tem por hábito tentar fugas de casa gritando pelas escadas a baixo que vai morrer porque todos os ossos da cabeça lhe estão a sair pelo nariz.

Homus Vizinhus Rebelde
Aquele que, tendo nascido no que foi outrora uma família-bem-que-agora-não-tem-onde-cair-morta, se vê, em plena adolescência, entregue a si próprio e com um apartamento de quatro assoalhadas onde pode fazer o que lhe der na veneta. O seu passatempo preferido é sair da casa para as habituais noitadas e deixar instalada no quintal a hi-fi que, programada para as sete da manhã, despertará a vizinhança ao som do "It's the final countdown", dos extintos Europe. A essa hora, ele estará algures na cidade a dormir sobre o seu próprio vomitado.

Homus Vizinhus Violento
Aquele que, estando na casa dos 40, não trabalha e faz da vida da família um autêntico inferno. Tem por hábito bater nas filhas ao mesmo tempo que grita: "Quem mexeu nos meus cd’s!!!????", bate na mulher e faz as pazes de forma igualmente violenta, não sai à rua sem o Rotweiller e o bastão de basebol, ouve Santos e Pecadores com o volume no máximo e as indispensáveis colunas de Dolby Surround, e manda calar a catatua que encomendou a um contrabandista de animais selvagens com um inequívoco "#!$!*!#". Este Homus Violentus é também rádio amador, o que permite aos vizinhos ouvir diálogos interessantes, do género: "Aqui rola, chama pombo. Rola chama pombo! Ssssshhhhhh. Pombo à escuta. Pombo à escuta! Sssshhhhhhhh. Tempo limpo e frio. Ssssshhhhhhhhhh. Repito: tempo limpo e frio."

Alguma semelhança com a realidade? Não sei - é capaz...
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