Quatro histórias mais ou menos inventadas
O Zé (nome fictício) sempre gostou da “pinga”! “Tem cuidado, Zé! Não conduzas assim!” ouvira ele muitas vezes da boca dos amigos, “deixa, a mim, nunca acontece nada” fora sempre a sua resposta. Uma noite, após uns petiscos “bem regados” na sua tasca habitual, lá ia ele, já bastante tocado, de automóvel até ao seu monte que fica a cerca de 10km de distância. O inevitável aconteceu! Numa curva, bem sua “conhecida”, saiu fora de mão e tocou, de raspão, num automóvel que seguia em direcção contrária. Ambos os carros se despistaram, ele, o nosso “Zé”, bateu numa árvore e perdeu os sentidos. No outro automóvel, um casal mais sua filha, não ficaram melhores. O pai, o condutor da viatura, ficou paraplégico em consequência do despiste, a filha partiu as duas pernas mas recuperou e a mãe – morreu! Na noite do acidente, a GNR ordenou aos médicos que trataram o nosso “Zé” para que lhe seja tirado sangue para prova de alcoolemia! 1,59 por mil! Porém, o “Zé”, como conhece muita gente das suas petiscadas, se foi informando e, um advogado super-eficiente descobriu uma lacuna na lei, uma lei que não permite que um teste de sangue seja efectuado sem consentimento da pessoa em causa! Como o “Zé” na altura estava desfalecido, não podia dar esse consentimento, logo, a prova de sangue é ilegal! Feliz da vida, o “Zé” comprou outro “chaço” de 500€, continuando com a sua vidinha, e a outra família ficou – desfeita! Não tem direito a indemnização, o pai deixou de poder trabalhar vivendo da ajuda social e a filha vai crescer sem mãe!
A Maria (nome fictício) sempre gostou de trabalhar! Tem um filho do seu casamento entretanto já terminado por divórcio! O ex-marido, ao contrário na “Maria”, nunca gostou de trabalhar, viveu sempre às custas dela, aproveitando-se até da ajuda do estado que o filho recebera por ser deficiente. Ao fim de muitos anos, a “Maria” finalmente conseguiu o divórcio após ter entrado pela n’ésima vez no hospital em consequência de violência doméstica. Pensando que os sacrifícios finalmente terminaram, aceitou um trabalho melhor, ganhou muito mais e juntou todo o dinheiro, aplicando-o num banco que, na altura, lhe prometera bons juros. Ora, sabendo a nossa “Maria” que o seu filho nunca poderia ter uma vida independente, pegou em todo esse dinheiro e aplicou-o nesse banco, pensando no futuro do filho! Três anos depois, o banco faliu! “É a crise” – “acontece aos melhores” – foi o que lhe disseram! Descontente, ela e mais uns quantos outros clientes descontentes do mesmo banco que perderam também o seu dinheiro investido, ocuparam as instalações desse banco na esperança que lhes seja dado uma solução – mas, nada. Em vez disso, as super-eficientes autoridades escorreram-nos do lugar como se fossem meros bandidos!
Investem! Façam com que o nosso país cresça! O Manuel (nome fictício) acreditou nas encorajadoras palavras do Presidente da República e pediu ao banco um empréstimo de 500 mil Euros para construir nas suas terras enormes estufas de legumes e alguns frutos. Sabendo que, vendendo certos legumes e frutas fora de época consegue recuperar o dinheiro investido em cerca de uma década. Tudo correra bem, até – um grande temporal acabara com os planos no nosso “Manuel”. Os ventos deitaram abaixo tudo o que tinha, as estufas e o armazém feito de chapa, e o frio fez o resto, fizeram com que nada pudesse ser aproveitado! “Ah”, se lembrou o nosso “Manuel”, “tenho um seguro”! Pois, seguros! Não indemnizam por danos naturais como intempéries, terramotos, etc.! Então, para quê é que servem os seguros? Só para receber? Mas, estávamos em ano de eleições! Os políticos prometeram, em alto e bom som nas tv’s e rádio, em directo e ao vivo, que vão ajudar os agricultores afectados por essa desgraça! Já passaram 2 anos e – até hoje, nada!
Por último, a história do Joaquim (nome fictício). Nasceu há cerca de 5 décadas numa família de ourives. Tudo começou com o seu bisavô e actualmente o negócio continua em seu nome. Detém a maior ourivesaria da terra e abastece outras lojas do distrito. Para evitar assaltos, instalou essa sua loja na sua própria casa, mas, mesmo assim, a loja dispõe do último grito em alarmes, com videovigilância, detectores de movimentos em todos os cantos, alerta por satélite, you name it! Pessoalmente, nunca teve problemas com assaltos, mas o seu avô já “experimentara” este facto, mas os assaltantes foram apanhados, e os GNR’s de há 40 anos deram uma valente tareia nesses bandidos e – pronto. Porém, há dias fora acordado por um barulho na loja! Estranhamente o alarme não tinha disparado, por isso, se fez ao caminho, escadas abaixo até à sua loja, e, de repente, dá de caras com dois bandidos, encapuçados e de armas em punho! Mal deram com o dono da ourivesaria, dispararam sem hesitar, perseguindo-o escadas acima! O nosso “Joaquim”, nada destemido, pegou numa caçadeira que tinha guardado nessas mesmas escadas para se poder proteger em casos desses, e disparou sem olhar aquém, pudera, as balas dos bandidos continuaram a voar na sua direcção! Disparou os dois tiros da arma, recarregou e disparou de novo! Depois – silêncio! “Ah, pronto, fugiram”, pensara o nosso “Joaquim”. Entretanto, a GNR já fora alarmada pela esposa do “Joaquim” que, a poucas centenas de metros deteve os larápios. Mas, a maior surpresa veio depois! Um dos 2 assaltantes acabara de falecer após alguns dias no hospital, consequência dos tiros de caçadeira do nosso “Joaquim”. Resultado: o bandido “vivo”, por ter feito esse assalto, incorre numa pena inferior à que o nosso amigo “Joaquim” está sujeito por ter morto um dos larápios. Com azar, pode apanhar até 5 anos de cadeia!
Verdade, ou ficção? O que acham?
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Etiquetas: Chatices..., Opinião
4 Comments:
Muito reais, infelizmente... :(
Van Dog:
Pois, e tão perto de nós...;)
Por onde andam as justiças, a dos homens e a ....
António:
Pois, parece que Deus Nosso Senhor tem que meter mais anjos a trabalhar ;)
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