segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Medidas e Desmedidas

Nem sempre sei onde encontrar
o equilíbrio para o bem-viver.
Aprendemos que devemos viver hoje
sem pensar no amanhã,
mas que tudo tem o seu tempo certo.
Alguns dizem que cada minuto é único,
insubstituível e irrecuperável
e outros que um minuto pode conter toda
uma eternidade.
Nos encontramos assim nesse vão de não querer
tomar decisões precipitadas
e não deixar o tempo passar
sem ter aproveitado tudo e o máximo que podemos.
Não existem medidas na vida.
Tudo parece uma grande incógnita e o sentimento
de arrependimento de ter feito e do não ter feito
são dolorosos da mesma forma.
Se voltássemos atrás para tomar outras decisões,
teríamos certamente outros tipos de pensamentos
e arrependimentos.
Não sabemos guiar a vida, apenas acolhê-la.
A vida é imprevisível!
Imprevisíveis são as consequências
das decisões que tomamos e das que prorrogamos.
Reconhecer os próprios erros,
assumi-los e aprender a gerenciá-los
é sinal de sabedoria e maturidade.
Magoar-se contínua e intencionalmente
porque pegou-se caminhos errados
é uma agressão desnecessária contra o próprio eu.
O sofrimento não diminui a pena.
O importante é olhar para a frente,
assumir a vida como um todo,
viver as dores como um mal passageiro
e as alegrias como se pudessem durar
toda a eternidade.
Ninguém está isento das pedras, dos caminhos tortuosos,
mas também não do nascer e do pôr-do sol,
dos campos floridos
e dos momentos de felicidade que fatalmente chegam.
A vida nos pertence num todo,
com as suas medidas e desmedidas!
E Deus não vê o que fizemos ou deixamos de fazer,
Ele não nos condena continuamente.
Ele vê os propósitos do nosso coração,
a nossa vontade de ser e fazer melhor,
a nossa busca, mesmo se por caminhos sinuosos,
da felicidade.
E Ele reconstrói nosso coração,
tal qual um oleiro amoroso do seu trabalho.
As pessoas que crêem nessas verdades
não deixarão de se ajoelhar
e não impedirão as lágrimas,
mas terão, no fim da estrada,
a sensação de terem extraído
todo o néctar da vida e descansarão, saciadas.


(Letícia Thompson)
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