quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Vã Espera



A chuva cai e o dia está abafado...
A longa espera se faz angustiante...
O castiçal sobre a mesa ainda apagado,
Aguardando o momento fascinante.

A música vai tocando suavemente.
No vaso de cristal, um arranjo de jasmim,
Que ele colheu um a um, todo contente,
Sob a fina chuva em seu jardim.

Seu olhar a inspecionar cada detalhe,
Daquela sala decorada com carinho...
Encontra um bilhete em um entalhe,
Que colocado, ficou em um cantinho.

“Não espere”! No papel ela escreveu com enfado.
Surpreso e a decepção a estampar seu rosto,
Acendeu as quatro velas do rico candelabro,
Deixando-as queimar, muito a contragosto.

E a chuva como a zombar de sua dor,
Agora caindo mais forte e ele ali, sozinho,
Lamentando a ausência de seu grande amor
Enquanto a noite chega bem devagarinho.

(Ruth Olinda Gentil Sivieri)

4 Comments:

At 29 dezembro, 2008 21:38, Anonymous Anónimo said...

Maravilhosa poesia. Parabéns à autora e a vocês pela publicação.
Regiane

 
At 30 dezembro, 2008 01:10, Blogger Zig said...

Regiane:

É um belo poema, sim senhora, e - uma grande verdade...

 
At 21 abril, 2009 01:23, Anonymous Anónimo said...

Belíssima poesia, como todas da autora. Parabéns, vou entrar mais vezes para ver as atualizações e procurar o site da poetisa. Vocês poderiam divulgar e postar mais poesias dela. Maravilha!!!!!!
Parabéns!
Nádia

 
At 21 abril, 2009 11:59, Blogger Zig said...

Nádia:

É verdade, parece que fala de pessoas como nós...

 

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