segunda-feira, 7 de julho de 2008

Abstürzend...




Tomba às vezes meu ser. De tropeço a tropeço,
Unidos, alma e corpo, ambos rolando vão.
É o abismo e eu não sei se cresço ou se decresço,
À proporção do mal, do bem à proporção.

Sobe às vezes meu ser. De arremesso a arremesso,
Unidos, estro e pulso, ambos fogem ao chão
E eu ora encaro a luz, ora à luz estremeço.
E não sei onde o mal e o bem me levarão.

Fim, qual deles será? Qual deles é começo?
Prémio, qual deles é? Qual deles é expiação?
Por qual deles ventura ou castigo mereço?

Ante o perpétuo sim, e ante o perpétuo não,
Do bem que sempre fiz, nunca busquei o preço,
Do mal que nunca fiz, sofro a condenação.

(Emílio de Menezes)

2 Comments:

At 08 julho, 2008 00:55, Blogger ciprita said...

Que poema, com uma força que ultrapassa as palavras e invade as emoções.Parabéns pela escolha.

 
At 08 julho, 2008 11:10, Blogger Zig said...

ciprita:

Olá, como tens passado?

Bem, este poema para mim também é um pouco um grito de alerta...;)

 

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