Viagem à Madeira (Parte 3 e última)
Como em todas as coisas boas, tudo tem um fim (só a salsicha tem dois...). Chegou o última “dia completo”, já que o verdadeiro último era só para a viagem de volta a Beja. Começou bem, tal como os outros dois anteriores, com um pequeno-almoço trazido pelos nossos amigos madeirenses. De corpo e alma reforçada, deslocámo-nos para um dos lugares mais emblemáticos dessa ilha, a Curral das Freiras. (esta foto não está muito bem conseguida, as minhas desculpas!)
Nos dias de hoje, esta (agora) vila está facilmente acessível por (mais) um túnel rodoviário. Mas nem sempre era assim. Houve alturas em que a estrada antiga estava intransitável devido a quedas de pedras.
Logo, o único acesso possível era - a pé! Alguns de nós, armados em pioneiros, descemos algumas centenas de metros em altitude a partir de um miradouro até a essa bonita vila!
O restante pessoal foi de autocarro até a essa vila turística, e, minha gente, devo-vos dizer que a descida a pé foi muitíssimo mais agradável do que estar sentado passivamente num assento deste veículo de transporte público...
Curiosamente, as gentes dessa vila não eram como o resto dos madeirenses, e muito menos como os nossos anfitriões. Posso mesmo afirmar que (pelo menos os que me atendiam nas lojas, já que tenho sempre um “joke” nos lábios) os habitantes dessa vila eram algo antipáticos. Das duas, uma. Ou o fluxo turístico os fez assim, ou então, a situação “enclavista” os tornou tristes!
Seja como for, há duas teorias no que toca à origem do nome Curral das Freiras. Uma tem a ver com a aldeia há muitos séculos ter pertencido a freiras, a outra, e defendida pelos nossos guias coralistas, que essa vila tem o seu nome devido a aves com esta designação. Seja como for, é um lugar muito bonito!
Tão bonito que até me deixei de fotografar (Pronto, ok, eu sei...)
De seguida, fomos almoçar num bonito restaurante na freguesia dos nossos anfitriões, no Estreito de Câmara de Lobos. Salvo erro, construído por um cidadão holandês, que teve a brilhante ideia em colocar nesse lugar um teleférico e deu ao restaurante o mesmo nome (Ou foi ao contrário, já não me recordo!).
Situado a uma altura considerável do mar, tem uma excelente vista sobre o concelho!
O almoço (carne!) foi excelente! Já agora, permitam-me mostrar-vos parte desta gente muito simpática que nos acompanhou durante este “trip insular”
Depois de mais esta excelente refeição, o “horário” nos levou, através de curvas e mais curvas (não sei como é que eles conseguem, devem ser os melhores motoristas do mundo, e arredores!!!) a um dos pontos mais conhecidos de toda a ilha, ao Cabo Girão.
A vista (para baixo) é simplesmente de tirar o fôlego! Este Cabo é considerado um dos mais altos do mundo, com quase 600m do nível do mar...
E, pronto. Na minha máquina fotográfica acabara o espaço da memória (quem me manda ter uma máquina baratinha...), deixei apenas algum espaço para conseguir tirar fotos no último concerto, agendado para as 17.30 horas no Centro Cívico desta bonita e hospitaleira terra. Este espaço tem um auditório muito bom e com uma excelente acústico, o que terá ajudado bastante ao bom desenrolar deste evento.
Neste concerto, os coros convidados foram logo quatro! Tentei tirar fotos o melhor possível, mas a iluminação em palco era algo fraca! Claro, para (nós) os coralistas é bom porque assim não faz muito calor, mas para a minha (fraquinha) máquina não são as condições ideais. Para melhorar as fotos existem programas para tentar atingir este fim, por isso, é o que há:
Grupo Coral do Estreito de Câmara de Lobos
Grupo Coral das Casas do Povo de Machico
Grupo Coral do Arco da Calheta (os nossos anfitriões de há dois anos)
Coro de Câmara de Beja
Neste concerto tivemos momentos muito bons, foi por nós considerado uma das nossas melhores actuações de sempre. Sem nos gabar, mas neste concerto estivemos em bom plano!
Falta falar do resto! Já sem suporte fotográfica da minha parte, falta só falar do absolutamente excelente jantar, ou melhor, do banquete que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos nos oferecera no restaurante “O Lagar”. Com todos os 4 coros à mesa, podem imaginar que nesse lugar o que não faltou era música, alentejana e madeirense, tudo à mistura. Como também sabem, não sou (era) muito sociável no que toca a jantares desses, não sei bem porquê. Mas penso que, a partir desse dia, ultrapassei essa minha mania e gostei bastante desse convívio!
A seguir, pois, a seguir, foi o – fim. A despedida. A dolorosa. Custou-me muito, podem crer! Fomos muito bem tratados, não podia ter corrido melhor!
Alguns dos nossos amigos madeirenses ainda nos acompanharam até Funchal para ver e ouvir o músico feito ministro Gilberto Gil que actuara nesse dia na Praça do Município da capital desta ilha.
Mais uma despedida, curta, mas sentida......a mais sentida, pois, mas, adiante!
Depois, nem "sonhava" o que ainda me esperava. Mais uma noite, pois claro. Mas QUE noite! A pior delas todas! Não conseguia adormecer, de maneira nenhuma! Frente à pousada já não restavam árvores, os “serradores” de serviço já acabaram com todas elas. O que fazer? Bem, na sala de convívio deste lugar havia uns belos sofás, sempre dá para desenrascar! Dito, e feito. Vesti-me (para não parecer mal...) e, lá me sentei / deitei num desses cadeirões. Deve ter adormecido logo a seguir, não sei. Pelas 4 horas da manhã, fui acordado por um indivíduo certamente com os mesmos problemas que eu! Mas esse, pois esse, ligou a TV, mas isso não me incomodava absolutamente nada, nadinha mesmo. Só que, esse senhor (que até hoje não sei quem é...) começou por sua vez a ressonar também!!! Mas que raiva! Deve ter conseguido dormir na mesma, porque, o que me acordou, a 20 minutos antes da nossa partida definitiva de Funchal (que correu sem problemas até Beja), era o ruído vindo das malas rolantes de alguns dos meus colegas.
Agora, imaginem a minha figura! Vestido, de olhos completamente inchados desta noite estranha, a passar por alguns dos meus colegas coralistas que só conseguiram largar um surpreendido “por onde é que tu andaste???...”
Tinha apenas 10 minutos para arrumar a minha mala, nada que me tirasse do sério. Porquê? Porque tinha passado nessa ilha um dos melhores momentos deste meu ano de 2008, certamente. Foram as minhas férias deste ano, certamente! Adorei de estar lá, podem crer! (Já) estou com saudades...
Até sempre, Madeira!
Até sempre, meus amigos!
4 Comments:
Olá Zig,
Não fazia ideia que as últimas horas no Funchal foram assim tão atribuladas... O que interessa é que tudo correu bem...
Um grande abraço.
Leonel
PS: Já agora convido-o a visitar o novíssimo BLOG DO GRUO CORAL DO ESTREITO no seguinte endereço: http://gcestreito.wordpress.com/
Uma vez que o sítio está ainda nos primeiros dias de gestação, a informação é muito reduzida. Prometemos animar um ouco mais o sítio nos próximos tempos
Leonel:
Deixa, foram "ossos do ofício", não há problema. Porque, o que fica para a memória futura é que foram dias muitíssimo bem passados!
Gostei muito do vosso site, já lá deixei a minha "marca"! E claro, vou já divulgá-lo!
Bela reportagem, mais uma vez!
van dog:
Obrigado Van!
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